postado em 06/04/2009 15:03
A Corte Estadual de Nova York acusou de fraude financeira um investidor de fundos de alto risco que direcionou mais de US$ 2,4 bilhões de clientes para o esquema de Bernard Madoff. Jacob Ezra Merkin, ex-membro do conselho da GMAC - divisão financeira da montadora General Motors (GM) -, foi acusado de desviar o dinheiro de investidores sem avisar seus clientes sobre o destino das verbas.
Em dezembro, Merkin, que gerenciava o fundo hedge (categoria de investimentos mais arriscados) Ariel Fund, havia sido proibido de destruir documentos ligados a investimentos feitos com Madoff, que assumiu ser o responsável por uma fraude que pode ter causado prejuízos de mais de US$ 60 bilhões a diversos investidores.
O tribunal revelou que Merkin também enganou clientes. Ele dizia que investiria o dinheiro em negócios de bom rendimento, enquanto colocava o dinheiro no esquema de pirâmide financeira.
"Merkin enganou investidores individuais, ONGs e instituições de caridade fazendo-os acreditarem que ele administrava seus investimentos, quando, na verdade, ele os incluía no maior esquema de pirâmide financeira da história", afirmou o procurador-geral da Corte de NY, Andrew Cuomo.
Por anos, Merkin arrecadou mais de US$ 470 milhões em bônus e taxas dos clientes, entre os quais há instituições de caridade e colégios. Todos eles não sabiam para onde seus investimentos iriam até o surgimento da fraude de Madoff, em dezembro.
Na acusação, Cuomo exige que Merkin devolva as taxas que ele recebeu a todos os seus clientes, além de eventuais danos. A Universidade de Nova York (NYU, na sigla em inglês), por exemplo, perdeu US$ 24 milhões em investimentos feitos através do fundo de Merkin, após investir US$ 94 milhões. O advogado do acusado não se pronunciou sobre o caso.
Bernard Madoff, 70, ex-presidente da Bolsa Nasdaq, espera na prisão receber uma sentença, em junho, após se declarar culpado de 11 acusações, entre elas lavagem de dinheiro, perjúrio e fraude, relacionadas a uma fraude multimilionária. O ex-investidor foi preso em dezembro do ano passado, quando o esquema de pirâmide entrou em colapso. Por esse esquema, ele prometia retornos altos e fixos aos investidores, porém esse dinheiro não vinha do rendimento das aplicações, mas da entrada de novos clientes.