postado em 08/04/2009 16:11
O temor de que a recessão nos Estados Unidos, iniciada em dezembro de 2007, possa se aprofundar mais levou o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a injetar US$ 1,15 trilhão na economia americana, segundo a ata da reunião do BC americano no mês passado, divulgada nesta quarta-feira (8/04).
O Fed informou ainda que reduziu suas expectativas para a atividade econômica no segundo semestre deste ano e para 2010, mas não ofereceu novas previsões para o crescimento. A expectativa do Fed é de que a economia encontre estabilidade no segundo semestre e tenha uma expansão lenta em 2010, "à medida em que as pressões sobre os mercados financeiros diminuam, os efeitos do pacote de estímulo se consolidem, os ajustes de estoques sejam concluídos e a correção no mercado imobiliário chegue ao fim".
"A maioria dos participantes viu risco de baixa [para a economia americana] como predominantes no segundo prazo, principalmente devido ao efeitos adversos em potencial da oferta reduzida de empregos e de produção", diz o documento. "A economia enfraquecida aumentou as previsões de perdas das instituições financeiras, levando a um aperto maior nas condições de crédito." Na reunião dos dias 17 e 18 de março, o Fed manteve sua taxa de juros em uma margem de variação de zero a 0,25% e anunciou US$ 1,15 trilhão em recursos para ajudar a economia. No comunicado divulgado após o anúncio da taxa de juros, o banco informou que vai comprar outros US$ 750 bilhões em títulos lastreados em hipotecas --elevando o total destinado para esse fim para US$ 1,250 trilhão.
Além disso, o Fed informou que vai adquirir até US$ 300 bilhões de títulos do Tesouro de longo prazo nos próximos seis meses a fim de colocar mais crédito em circulação entre as instituições privadas e elevou de US$ 100 bilhões para US$ 200 bilhões o valor para comprar papéis de dívida emitidos diretamente pelas três empresas hipotecárias que contam com apoio do governo --a Fannie Mae, a Freddie Mac e a Ginnie Mae.
O banco destacou na ata o temor quanto à queda acentuada na demanda por produtos americanos em outros países que também enfrentam recessões, como o Japão e os países da União Europeia (UE).
No último dia 26, o governo americano informou que o PIB (Produto Interno Bruto) do país caiu 6,3% no quarto trimestre do ano passado. O resultado reflete, entre outros fatores, a redução nos gastos dos consumidores --gastos que correspondem a cerca de dois terços de toda a atividade econômica americana--, que por sua vez reflete o temor diante dos dados do mercado de trabalho do país.