postado em 09/04/2009 16:18
O Brasil aceitou o convite feito pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para entrar no clube dos 47 países que são credores do Fundo. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo ministro Guido Mantega (Fazenda).
Ao aceitar esse convite, o Brasil poderá ser chamado a colocar recursos no Fundo caso seja necessário. Segundo Mantega, o país poderá contribuir até o limite de US$ 4,5 bilhões. O dinheiro sairá das reservas internacionais, que estão hoje em cerca de US$ 200 bilhões.
"O FMI está convidando o Brasil para fazer parte dos países que são credores. Eu aceitei hoje esse convite", disse o ministro.
Essa transferência dos recursos não afeta o nível das reservas, pois será considerada apenas como uma mudança de aplicação desse dinheiro, que hoje está aplicado principalmente em títulos do governo dos EUA.
Mantega afirmou que o aporte desses recursos será feito de acordo com as solicitações do FMI.
"Não vamos colocar esse dinheiro agora. Será quando o Fundo solicitar", afirmou. "Agora nós estamos só entrando no clube de credores do FMI".
*Chique.
Além desses US$ 4,5 bilhões, o Brasil pretende colocar mais dinheiro no FMI. Para isso, no entanto, terá de esperar que o Fundo crie um novo título que possibilite mais aplicações.
Hoje, a contribuição do Brasil ao Fundo está limitada a esses US$ 4,5 bilhões adicionais. Para aplicar mais, irá comprar esse novo título, que também será considerado uma aplicação das reservas.
Na reunião do G20 no final do mês passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil estava disposto a virar credor FMI e que isso seria "chique".
Segundo o ministro da Fazenda, esse dinheiro será usado para ajudar os países em desenvolvimento.
"Os países que estão solicitando recursos do FMI são os países emergentes, os mais pobres. Os países avançados não precisam. Os EUA são o país que causou a crise, mas é também o país que tem a maquininha de fazer dólares. Os países avançados não vão pedir ajuda." Mantega afirmou que, com esse dinheiro, o Brasil ajudará indiretamente os países mais pobres a normalizarem suas economias. Segundo ele, isso também se reverterá em favor da economia brasileira.
"Isso vai viabilizar crédito para os países emergentes que estão com problemas, portanto ajuda a ativar a economia mundial", afirmou. "Isso ajudará o Brasil também, pois esses países vão ter mais recursos para importar mercadorias, vão fazer investimento."