Economia

Bovespa fecha em alta de 3,07%, aos 45.538 pontos

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postado em 09/04/2009 17:45
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) contrariou o roteiro tradicional de uma véspera de feriado ---giro fraco de negócios e vendas de ações-- para embarcar em uma nova onda de "euforia" global nesta quinta-feira. As Bolsas americanas, favorecidas pelo alerta surpreendente do banco Welles Fargo, tiveram um dia de bons ganhos, enquanto as commodities (matérias-primas) também recuperam com força. A taxa de câmbio caiu para o seu menor preço desde novembro, a R$ 2,17. O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, disparou 3,07% no fechamento e atingiu os 45.538 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,09 bilhões, ante uma média de R$ 4,04 bilhões/dia em março. O dólar comercial foi vendido por R$ 2,171, em declínio de 1,45% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 369 pontos, número 3,14% sobre a pontuação anterior. "As notícias lá de foram estão sendo muito bem assimiladas aqui no Brasil. E isso transmite um pouco mais de calma para o mercado doméstico. O volume do mercado ainda está muito diminuto para os dois lados [vendas e compras externas], mas já notamos algum incremento nas exportações", comenta José Carlos Benites, profissional da corretora de câmbio Moeda. Protagonista de uma das principais notícias do dia, o banco americano Wells Fargo declarou que deve apresentar um lucro da ordem de US$ 3 bilhões relativo ao primeiro trimestre deste ano. Se confirmado, será um resultado recorde para a empresa, que recebeu ajuda federal para enfrentar a crise dos créditos "subprime". "A declaração do Wells Fargo ajudou a impulsionar as ações do setor financeiro como um todo. Também saíram alguns indicadores mais positivos dos EUA e tudo isso ajudou na euforia vista hoje. Na semana que vem, pode acontecer uma realização natural dos lucros [venda dos papéis mais valorizados] e será até bem vinda. Agora, no mercado já se fala que a Bolsa pode ir para os 47 mil pontos no curto prazo", comenta Rodrigo Silveira, gerente de operações da corretora e.um, "home broker" da corretora Umuarama. No caso do câmbio, corretores da área também esperam algum tipo de "repique" no preços, num mercado ainda bastante volátil. "Eu acho que vai ser um pouco mais difícil acontecer um repique [no valor do dólar] em comparação com algum tempo atrás. E se houver, não vai ter aquela mesma volatilidade de antes. É possível que volte para R$ 2,25, mas acho difícil que volte para algo como R$ 2,45", avalia Benites, da corretora Moeda. EUA. Nos EUA, o governo informou uma queda na procura por seguro-desemprego : a cifra total de pedidos iniciais do benefício era de 654 mil na semana do dia 4, uma redução de 20 mil solicitações na comparação com o resultado da semana imediatamente anterior. E segundo o Departamento de Comércio, o déficit comercial do país --US$ 26 bilhões no mês de fevereiro- foi o menor desde 1999. Analistas projetavam um saldo negativo da ordem de US$ 36,5 bilhões. O BCE (Banco Central Europeu) confirmou que a economia dos países da zona do euro sofre uma "acentuada desaceleração" e que somente espera alguma recuperação, e de forma gradual, em 2010. No front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que o nível de emprego na indústria brasileira caiu pelo quinto mês consecutivo. Na comparação de fevereiro com janeiro, a retração foi de 1,3%. Sobre fevereiro do ano passado, a perda foi de 4,2%, a maior da série histórica iniciada em 2001.

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