postado em 14/04/2009 15:16
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não precisa vender barris de petróleo a US$ 75 para melhorar sua capacidade produtiva, como os países exportadores de petróleo vêm reivindicando. A conclusão é de um estudo do Centro Global de Estudos sobre Energia (CGES, na sigla em inglês).
Em seu relatório mensal correspondente a março, os especialistas afirmam que o problema dos países-membros da organização é que eles "continuam dependendo em excesso da receita procedente do petróleo".
O estudo mostra que o custo para melhorar a produção da commodity entre o grupo "não supera os US$ 10 por barril no Oriente Médio".
Durante sua última cúpula da Opep, realizada há um mês, em Viena, a Opep voltou a insistir na necessidade de que o preço do barril de petróleo fique entre US$ 70 e US$ 75.
A queda na demanda de petróleo e derivados em decorrência da crise econômica derrubou os preços do barril para algo entre US$ 40 e US$ 55. Desde então, os países da Opep "têm muito pouco dinheiro ou nada para investir" na capacidade produtiva.
A organização aprovou, nos últimos meses, vários cortes de produção, com o objetivo de não deixar cair o preço do petróleo, mas tanto a Venezuela quanto o Irã "estão longe" de cumprir as restrições estipuladas.
"A longo prazo, o mundo precisará de uma maior capacidade de produção de petróleo", afirma o CGES, em sua análise, lembrando também que um aumento da demanda de petróleo de apenas 1% durante três anos bastaria para compensar os cortes aprovados até o momento pela Opep.
"Os países produtores de petróleo não levam em conta que, a longo prazo, lhes interessa investir para manter um nível de produção adequado", advertem os especialistas.