postado em 15/04/2009 14:15
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exaltou nesta quarta-feira (15/04) o fato de o Brasil ter se tornado credor do Fundo Monetário Internacional (FMI) e que o órgão mudará de comportamento depois da reunião do G20 (grupo de países mais ricos e principais emergentes) ocorrida em Londres no início do mês.
"O FMI não vai descer em aeroporto de nenhum país para fiscalizar o que está acontecendo depois das medidas tomadas na reunião do G20. É uma conquista dos países emergentes. O FMI tem que mudar de comportamento, com regras democráticas de participação. Ninguém é melhor porque coloca mais dinheiro", disse Lula na abertura do Fórum Econômico Mundial para os países da América Latina.
Ele exaltou ainda o fato do Brasil ter passado à condição de credor do FMI, lembrando que foi traumatizado por quase duas décadas ao ver técnicos do FMI vindo ao país para dizer "o que devíamos fazer".
Outro ponto de defesa que Lula fez hoje em relação aos países mais pobres foi sobre a questão do protecionismo comercial. Segundo ele, o protecionismo "é um desastre para a humanidade e o desenvolvimento das nações". Sem mencionar países, criticou as nações ricas, que ainda são favoráveis às barreiras comerciais. "Protecionismo é como droga. Ela oferece alívio imediato e logo lança a vítima à depressão", afirmou o presidente.
Lula voltou a defender que a Rodada Doha seja concluída. Segundo ele, o acordo seria solidário com países mais pobres, que são mais dependentes das exportações agrícolas.
Ele destacou que a economia mundial está chegando próxima "da hora da verdade", em que todos confessarão de forma humilde que o mundo errou na dose da economia virtual.
Com críticas ao que classificou de "especulação irresponsável" nos mercados, o presidente lembrou que todos estão no mesmo barco. "Entrou água no navio. Não adianta dizer que está na primeira classe. É como o Titanic: quem estava no barco afundou."