postado em 15/04/2009 16:33
O consumo de energia no Brasil --que inclui tanto energia elétrica quanto combustíveis em geral-- apresentou crescimento de 5,6% em 2008, sendo pouco influenciado pela crise financeira global, de acordo com dados divulgados hoje pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Segundo números preliminares do Balanço Energético Nacional (BEN) do ano passado, o país consumiu 252 milhões de tep (toneladas equivalentes de petróleo).
Considerado apenas o uso final --que exclui a energia gasta da produção e transformação de energia-- o consumo no país foi de 211,9 milhões de tep, com alta de 5,2% no ano. O volume ficou muito próximo do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas de um país) em 2008, que foi de 5,1.
Entre todos os principais tipos de energia, apenas a hidráulica apresentou queda em 2008. Esse tipo de energia recuou 1,7%. Na outra ponta, o que mais cresceu foi o de gás natural, com avanço 16,9% sobre 2007, seguido por outras fontes renováveis (14,5%), nuclear (13,1%) e carvão mineral e derivados (9,5%). Já as maiores participações no crescimento do consumo de energia vieram principalmente do gás natural, do álcool e do petróleo.
"O decréscimo da energia hidráulica refletiu as condições hidrológicas observadas no início de 2008, que impuseram esquemas operativos orientados a manter níveis estratégicos de armazenamento nos reservatórios do país. A outra face dessa moeda foi o aumento da geração termelétrica ( 37,9%), o que contribuiu para o forte incremento do consumo de gás natural", informou a EPE em comunicado.
Em relação aos combustíveis, que entram na conta a EPE, o maior crescimento foi o de álcool, cujo consumo avançou 17,7%.
Renováveis recuam
Apesar do bom desempenho do álcool, as fontes renováveis de energia perderam um pouco de espaço na matriz energética brasileira. Elas foram responsáveis por 45,3% da oferta interna de energia do país, ante 45,9% no ano retrasado.
Essa queda foi causada essencialmente pelo recuo de 1,1 ponto percentual da energia hidráulica na matriz, de 14,9% do total em 2007 para 13,8% em 2008. O uso de lenha também recuou de 12% para 11,6%, enquanto que álcool (de 15,9% para 16,4%) e outras fontes renováveis (de 3,2% para 3,5%) apresentaram avanços.
No lado das fontes não-renováveis, o petróleo foi o único que perdeu espaço, passando de 37,4% em 2007 para 36,7% no ano passado. Os demais --gás natural (de 9,3% para 10,3%), carvão mineral e derivados (de 6% para 6,2%) e nuclear (de 1,4% para 1,5%)-- cresceram na matriz em 2008.
Se separado apenas a produção de energia elétrica, a energia hidráulica segue soberana na matriz, com participação de 73,1%, seguida por importação (8,6%), gás natural (6%), biomassa (4,8%), derivados de petróleo (3%) e nuclear (2,8%), carvão (1,6%) e eólica (0,1%).