Jornal Correio Braziliense

Economia

Bovespa fecha em queda de 0,32%, aos 45.272 pontos

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Os investidores deram continuidade à realização de lucros (venda de ações para embolsar ganhos) vista no pregão de ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Dessa forma, a Bolsa brasileira operou na contramão da principal referência externa do mercado doméstico, a Bolsa de Nova York, em dia positivo. O câmbio estabilizou em R$ 2,19. O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, recuou 0,32% no fechamento, marcando os 45.272 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,57 bilhões, inflado pelo vencimento de opções sobre índice. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou com avanço de 1,38%. "Foi uma realização de lucros um pouco tímida, tanto que a ação da Petrobras melhorou um pouco perto da última hora do pregão. Houve realmente uma mudança de mentalidade sobre a crise mundial, e os investidores já pensam com um horizonte de prazo mais longo. Nós estamos vendo também os estrangeiros voltando com força, o que é importante. Mas acho cedo falar em mudança de tendência e provavelmente nós vamos enfrentar ainda um período com vários dias com realização pela frente", comenta Fábio Prantini, da mesa de operações da corretora Elite. Hoje, a bolsa informou que que o saldo de investimentos estrangeiros atingiu R$ 2,293 bilhões em abril (até o pregão do dia 9). No quadrimestre, o saldo acumulado é de R$ 3,63 bilhões. Analistas destacam que os estrangeiros foram atraídos para o mercado de ações doméstica pela expectativa de uma recuperação mais rápida da economia brasileira em comparação com as maiores economias mundiais. O dólar comercial foi vendido por R$ 2,197, em leve alta de 0,09% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 389 pontos, número 1,30% acima da pontuação anterior. EUA Entre as principais notícias do dia, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) revelou que a produção industrial dos EUA sofreu retração de 1,5% em março, recuando para seu menor nível desde 1998. Considerando o período trimestral, a contração foi de 20%, a pior dos últimos 15 meses. O mesmo Fed revelou que já sinais de que o declínio econômico do país começou a mostrar sinais de moderação. "Registros das divisões regionais do Fed indicam que a atividade econômica geral teve nova contração ou permaneceu fraca. Mesmo assim, cinco dos 12 distritos tiveram uma moderação no ritmo de declínio, enquanto outros viram sinais de que a atividade em alguns setores está se estabilizando em um nível baixo", afirma o BC, em seu relatório apelidado de "Livro Bege". E o Departamento de Comércio dos EUA informou que o CPI (índice de preços ao consumidor) apontou deflação de 0,1% em março ante uma inflação de 0,4% em fevereiro. O núcleo do índice teve variação de 0,2%. Ainda nos EUA, a entidade privada Associação de Bancos de Hipoteca (MBA, na sigla em inglês) revelou que a demanda por hipotecas sofreu uma queda de 11% na semana do dia 10 na comparação com o período imediatamente anterior. Empresas O banco suíço UBS comunicou prejuízo de US$ 1,75 bilhão no trimestre e revelou que deve fazer um corte de 8.700 postos de trabalho até 2010. O grupo Pão de Açúcar informou que as vendas atingiram R$ 5,29 bilhões no primeiro trimestre, em um incremento de 6% sobre os resultados em idêntico período de 2008. Ontem à noite, a fabricante de componentes para computadores Intel informou que teve lucro de US$ 647 milhões no primeiro trimestre deste ano, uma queda de 55% em relação ao mesmo período do ano passado.