postado em 16/04/2009 16:05
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltou a ter destaque no sistema financeiro brasileiro após sair de seu antigo nicho de trabalho --os empréstimos de longo prazo-- para atuar em outras áreas, como o financiamento de capital de giro e os empréstimos para empresas brasileiras atuarem no exterior, disse nesta quinta-feira (16/04) a revista inglesa The Economist
Segundo a revista, a crença no bom trabalho BNDES começou alta --ela fez uma analogia com Brasília, já que a capital do país foi concebida na mesma época do banco de fomento--, mas estava recuando com o tempo, e voltou diante da crise financeira global.
Antes, diz a Economist, o BNDES estava restrito ao financiamento de longo prazo, e a captação de recursos barata (via governo federal) e a falta de concorrentes fez o banco se tornar altamente lucrativo --atingiu ativos de R$ 277 bilhões e lucro de R$ 5,8 bilhões em 2008.
"Desde que o crédito se tornou escasso no Brasil, o banco acrescentou às suas funções a de financiador de projetos, e intensificou o fornecimento de capital de giro de curto prazo e financiamento às empresas que viram desaparecer suas linhas (de crédito) habituais", informa a revista.
A Economist ressalta ainda que o BNDES, em outros tempos, liberava créditos com critérios muitas vezes políticos, "em nome de uma política industrial remendada". "(O BNDES) está agora ajudando a financiar projetos para levar empresas brasileiras para o resto da América do Sul. Mas isso não é tanto uma demanda política, já que as empresas brasileiras estão em melhor forma", aponta.
Apesar das novas atribuições do BNDES e dos demais bancos públicos no atual cenário econômico, a revista ressalta que essa não é a solução para o mercado de crédito, especialmente porque alguns setores econômicos politicamente fortes --como o agronegócio e a de construção-- conseguem crédito subsidiado enquanto os demais pagam mais caro.