postado em 16/04/2009 17:29
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (16/04) que o cálculo do rendimento da poupança precisa mudar, mas ponderou que o assunto será discutido "com carinho" por os poupadores que usam o recurso não podem sair prejudicados.
"Vou ter uma conversar com o ministro Guido [Mantega, da Fazenda] e vamos discutir sobre isso com carinho. Precisamos proteger os poupadores, mas não podemos permitir que pessoas que tenham muito dinheiro apliquem tudo na poupança", disse Lula durante solenidade de apresentação dos novos oficiais generais, em Brasília.
"A poupança é para salvaguardar os interesses da maioria da população que não tem muito dinheiro. Para que eles não tenham prejuízo, vamos fazer isso (mudança) com muito cuidado porque queremos preservar o que temos de mais sagrado, que são os poupadores", completou.
A preocupação com o rendimento da poupança é das instituições financeiras. Depois do corte da taxa básica de juros pelo Banco Central --e que deve continuar a ocorrer--, os juros da caderneta ficaram mais atrativos do que os dos títulos públicos. O efeito pode ser uma migração de dinheiro dos fundos de investimento para a poupança. Para o governo, isso pode significar maior dificuldade para vender títulos e administrar a dívida pública.
"Daqui um pouco, as grandes multinacionais vão querer colocar dinheiro na poupança. Precisamos tomar cuidado para não quebrar o sistema que funciona adequadamente", afirmou.
Uma das vantagens da poupança é que não há cobrança nem Imposto de Renda (IR) nem taxa de administração, como ocorre nos fundos. A taxa de administração tem um custo que oscila normalmente entre 1% e 4% ao ano. E como a queda dos juros diminui o rendimentos dos fundos, fica mais vantajoso investir na poupança.
Lula reafirmou o que já havia sido dito ontem por Mantega, que linhas de capita de giro para as empresas menores estão em estudo. E reafirmou a ajuda ao agronegócio, que terá uma linha de R$ 10 bilhões para capital de giro. "Teremos uma reunião com o ministro Guido e Stephanes [Agricultura] para fazermos a fotografia do que está acontecendo na cadeia produtiva no setor de alimentos. Muitas vezes olhamos para as grandes empresas e muitas vezes são as pequenas que estão com dificuldade", disse. Lula