postado em 17/04/2009 15:23
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira que ainda não há previsão de quando será adotada medida para mudar a remuneração da caderneta de poupança. Com a queda da taxa básica de juros, a Selic, os juros da caderneta de poupança acabam sendo mais atrativos do que outros investimentos. A preocupação do governo é que os grandes investidores tirem dinheiro da renda fixa, por exemplo, e passem para a poupança, reduzindo o volume de financiamento no país. "Vamos aguardar o que pode ser visualizado como melhor solução para a estrutura da economia do Brasil e para defender o interesse dos poupadores e, por outro lado, manter o equilíbrio do sistema", disse Meirelles, depois de ser condecorado com a Ordem do Mérito Militar, em comemoração ao Dia do Exército (19 de abril).
Questionado se uma mudança na remuneração da poupança afetaria a definição do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a Selic, ele afirmou que o colegiado "sempre tomará sua decisão baseada nos dados disponíveis da época". A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 28 e 29 deste mês.
A Selic está em 11,25% ao ano, a menor taxa desde 2003. Uma das vantagens da poupança é que não há cobrança nem IR (Imposto de Renda) nem taxa de administração, como ocorre nos fundos. A taxa de administração tem um custo que oscila normalmente entre 1% e 4% ao ano. E como a queda dos juros diminui o rendimentos dos fundos, fica mais vantajoso investir na poupança. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou na noite de ontem (16) que o governo estuda mudar o cálculo dos rendimentos da poupança para afastar os grandes investidores por causa da queda da taxa de juros. Segundo Mantega, o país tem que se acostumar com juros mais baixos e também rentabilidade menor para a poupança.
Também ontem, o presidente Lula disse que pretende mexer no rendimento da caderneta para preservar os pequenos investidores, que representam 95% dos depósitos feitos na poupança.
"A poupança é para salvaguardar os interesses da maioria da população que não tem muito dinheiro. Para que eles não tenham prejuízo, vamos fazer isso [mudança] com muito cuidado porque queremos preservar o que temos de mais sagrado, que são os poupadores", disse Lula.