Economia

Crédito para agroindústria agrada ao setor, mas SRB teme burocracia no acesso a recursos

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postado em 17/04/2009 16:22
O anúncio das linhas de crédito para a agroindústria, que totalizam R$ 12,6 bilhões e já foram aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), foi bem recebido pelos representantes do setor. ;Essa medida me agrada, porque mostra que o governo federal está preocupado com o setor do agronegócio;, afirmou o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho. O grande desafio ;é fazer o dinheiro chegar aonde precisa chegar;, pois, muitas vezes, o excesso de burocracia dificulta o acesso ao financiamento, ressaltou Ramalho em entrevista, por telefone, à Agência Brasil, enquanto cumpria agende de compromissos no Rio de Janeiro. Ramalho disse que muitos dos que precisam dos recursos estavam ;alavancados; ; tinham feito bons investimentos para execução de seus empreendimentos, mas acabaram afetados pela crise financeira internacional. O presidente da SRB destacou que a escassez de crédito tem dificultado sobretudo a situação no setor sucroalcooleiro, que fez grandes investimentos nos últimos anos e agora sofre com a falta de capital de giro. Segundo Ramalho, houve queda de demanda no mercado externo, atingindo em especial os frigoríficos, onde o recuo no volume exportado ficou em torno de 50%. ;Entre os principais compradores que reduziram encomendas está a Rússia. É um dos países que enfrentam mais dificuldades, porque tinha o seu fluxo de caixa apoiado na conta petróleo;, afirmou. Já a indústria processadora de carne, que tem negócios mais voltados ao mercado interno, não vem enfrentando problema de vendas. De acordo com Ramalho, os ruralistas aguardam com expectativa o anúncio dos recursos destinados ao financiamento da safra 2009/2010 e, apesar dos efeitos da crise, acreditam que possa haver aumento do crédito em torno de 15 a 20%. Para a economista Amarilis Romano, da empresa Tendências Consultoria Integrada, o crédito anunciado ajudará a minimizar o problema da falta de liquidez no mercado. Para Amarilis, a eficácia depende da forma como serão distribuídos esses valores. ;A oferta de crédito é boa se for dirigida a todos os que necessitam de recursos na área da agroindústria, sem detrimento deste ou daquele segmento;, destacou a economista. Ela disse ainda que as empresas do setor não têm enfrentado queda de demanda no mercado interno.

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