postado em 18/04/2009 09:02
Mantido sob o controle do Governo do Distrito Federal, o Banco de Brasília (BRB) deverá adquirir um perfil de fomento daqui para a frente. Após anunciar que não pretende continuar as negociações para a venda da instituição para o Banco do Brasil, o governador José Roberto Arruda disse que a intenção é que o banco passe a oferecer um leque maior de linhas de crédito que impulsionem a produção e a economia locais. Um dos pilares, de acordo com Arruda, será o aumento da oferta de microcrédito aos empresários. As novas estratégias do banco serão definidas em reunião da diretoria do BRB com o governador na próxima semana. ;Vamos nos reunir para traçar planos mais ousados para fomento ao setor produtivo;, disse o governador. Nas últimas semanas, o GDF já vinha sinalizando que pretende transformar o BRB em um banco de desenvolvimento do Centro-Oeste.
A desistência de vender o BRB, conforme Arruda, se deve a uma melhora das contas da instituição e a um tratamento aquém do esperado por parte do Banco do Brasil. Segundo Arruda, os representantes do banco federal descumpriram prazos previstos no cronograma acordado quando foi anunciada a intenção do BB de incorporar o BRB, há mais de um ano. Pelas negociações, o BB se mostrava disposto a desembolsar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão no negócio. O GDF queria faturar um volume maior com a venda: R$ 1,5 bilhão. ;A postura do Banco do Brasil sobre o BRB foi de desinteresse. Eles começaram a analisar a Nossa Caixa muito depois e concluíram a compra muito antes. As negociações não andaram;, completou o governador. A aquisição da Nossa Caixa foi feita em novembro do ano passado por R$ 5,3 bilhões.
O Banco do Brasil informou que ainda não foi comunicado oficialmente da desistência do GDF. Arruda disse que o governo continua aberto para conversar, mas afirma não ver mais necessidade de vender o banco. No ano passado, o BRB apresentou um lucro líquido de R$ 110 milhões, 10% mais que em 2007. Com isso, o patrimônio líquido saltou de R$ 256 milhões em 2004 para R$ 424 milhões no ano passado. O governador do DF credita o avanço contábil à ajuda de uma diretoria profissional e dos próprios funcionários.