postado em 19/04/2009 15:59
O primeiro dia de debates da oitava edição do Fórum Empresarial, evento promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) anualmente, na Ilha de Comandatuba, litoral sul baiano, foi praticamente uma reedição do mesmo evento de dois anos atrás. Na apresentação do tema Sustentabilidade Econômica, um dos dois escolhidos para esta edição do evento (o outro é Sustentabilidade Ambiental), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles - que substituiu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, originalmente convocado para a missão - mais uma vez encarou uma série de questionamentos, por parte do empresariado, sobre o ritmo de queda na taxa de juros Selic e voltou a defender a atuação de sua equipe na administração monetária do País.
"A taxa está caindo e tem uma trajetória de queda importante. Já é a mais baixa da história do País. Mas temos de agir com cuidado. Se a gente tivesse tomado outras atitudes há alguns meses, teria sido um erro.", disse Meirelle.
Nesta edição, porém, outras questões entraram na pauta, por causa da crise econômica mundial - sobre a qual Meirelles diz estar "convencido de que o Brasil vai sair mais forte", apesar de considerar que não pode haver "otimismo exagerado". "Não há duvida de que há sinais importantes de recuperação da economia - e é justo comemorá-los", argumenta. "O que não se pode é confundir sinais de melhora com a superação do problema. Já dizem que Brasil é o porto seguro entre os emergentes. Vamos devagar... O otimismo exagerado pode levar a novas decepções.
O spread bancário - a diferença entre o que um banco paga para captar dinheiro e quanto cobra dos clientes por empréstimos -, por exemplo, foi tema de muita discussão. "O spread está muito alto, precisa cair mais", disse Meirelles. O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fabio Barbosa, porém, rebateu. "É preciso ver quais são as causas do spread, fazer a conversa correta", alegou. Para ele, altos impostos e inadimplência são causas naturais do spread. "O cadastro positivo seria um passo importante para a diminuição das taxas.
O cadastro positivo de clientes, uma listagem por meio da qual os bons pagadores teriam acesso a taxas de juros menores, também fez parte das discussões. "Logo depois de destravar a pauta das medidas provisórias, vamos tratar do tema", garantiu o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). "Parece haver um consenso no Congresso de que essa é uma medida importante para a economia.