Economia

Redução do IPI sobre eletrodomésticos frustra consumidores do DF

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postado em 20/04/2009 08:10
A queda da tributação sobre os eletrodomésticos que teve início na última sexta-feira (17/04) ainda não chegou integralmente e de forma clara aos consumidores. Os varejistas já usaram o corte de impostos como propaganda para atrair clientes no fim de semana, mas as etiquetas eram as mesmas da semana passada, antes do anúncio ser feito pelo governo federal. Aos interessados em comprar geladeiras, fogões, máquinas de lavar ou tanquinhos, os vendedores informavam que somente alguns itens já estavam com o desconto. O Correio visitou seis lojas no sábado e voltou aos mesmos locais no domingo. Em nenhuma delas os descontos estavam especificados claramente. Os consumidores não conseguiram identificar a remarcação de preços e adiaram as compras, na expectativa de que a partir desta semana a redução de até 10 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) chegue ao varejo. A tributação menor nos produtos de linha branca por um período de três meses foi anunciada pelo governo com a intenção de evitar desaquecimento do comércio e desemprego na indústria, como consequência da crise econômica. O bancário Daniel Machado Gaio já está fazendo a pesquisa de preços há duas semanas, e, depois de procurar durante todo o sábado a geladeira nova que quer adquirir, decidiu esperar um pouco mais para fechar o negócio. Nas lojas pesquisadas, ele foi informado de que apenas alguns produtos já continham a redução de preços em função da queda do IPI, que no caso da geladeira caiu de 15% para 5%. ;Achei que hoje (sábado) os preços já estariam menores, mas não estão e os vendedores nem sabem explicar por que não estão com o desconto do IPI;, reclama o bancário, que pretende gastar em torno de R$ 1,6 mil no eletrodoméstico. Falta informação O fogão que o publicitário Humberto Junqueira procura também não diminuiu de valor, segundo sua análise. O imposto pago pelos fabricantes de fogões diminuiu de 5% para zero, o que levará a uma queda no preço ao varejista e, espera o governo, chegue ao consumidor. Humberto criticou a forma como as lojas trataram a isenção nos primeiros dias. ;O preço não está anunciado. Quando você chega na loja, eles até aceitam negociar, mas assim não fico sabendo se é uma promoção para ganhar o cliente ou se, de fato, estão reduzindo preços por causa do IPI. Pode ser que seja porque hoje (sábado) é o primeiro dia, mas o que eu queria era ver na etiqueta o preço com a redução em função do imposto e só depois tentar negociar um preço ainda menor.; Pela falta de clareza, nenhuma das varejistas conseguiu conquistar o cliente Humberto. Ele decidiu esperar um pouco mais para gastar em torno de R$ 1 mil para adquirir o fogão. Das seis lojas pesquisadas, apenas os vendedores do Wal-Mart e do Ponto Frio, loja localizada no Conjunto Nacional, informaram que os preços haviam sido remarcados no fim de semana. Mas as lojas não apresentaram os valores antigos e os funcionários não souberam informar de quanto foi a queda em cada item. Nas Casas Bahia, a informação era de que apenas alguns itens do grupo de produtos contemplados no decreto que previu a isenção continham a redução de preços. Segundo os vendedores da unidade do Conjunto Nacional, a redução integral só virá ao longo desta semana. A Ricardo Eletro já estava anunciando em seus sistema interno a queda em função do IPI. Mas, consultados, os vendedores não sabiam informar os valores antigos, praticados até a sexta-feira, para comparar com os cobrados a partir de sábado. Apesar de ter fixado faixas sobre o desconto, o Extra se limitou a conceder um desconto de 5% sobre qualquer item da linha branca contemplado pela isenção. De acordo com os vendedores, a medida foi uma forma de compensar o fato de a redução do IPI ainda não ter sido repassada. Os funcionários da Novo Mundo do Conjunto Nacional informaram que a redução do IPI ;ainda não chegou à loja;. A decisão foi publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União de sexta-feira e anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. No caso das máquinas de lavar, o IPI passou de 20% para 10% e para os tanquinhos, caiu de 10% para zero.

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