postado em 20/04/2009 09:32
Foi aberto nesta segunda-feira (20/04) o salão do automóvel de Xangai, uma feira considerada secundária no calendário automobilístico, mas que ganhou importância em meio à crise econômica mundial.
As atenções do setor automotivo se voltam agora para Xangai porque a China é um grande mercado em que as vendas de carros ainda crescem, enquanto Europa e Estados Unidos encolhem.
A China ultrapassou recentemente os Estados Unidos e se tornou o maior consumidor de automóveis do mundo, com 1,11 milhão de unidades comercializadas em março.
Somente no último mês o país registrou uma alta de 5% nas vendas de automóveis em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto os Estados Unidos tiveram queda de mais de 30%.
Mercado atraente
O consumo de automóveis na China cresceu na média 20% ao ano ao longo da última década, tornando o gigante asiático o principal mercado para grandes montadoras como Volkswagen e GM fora dos países de origem.
Além disso, há muito potencial no mercado chinês, acreditam os fabricantes de automóveis, pois o número de carros per capita ainda é um terço da média mundial e equivale aos níveis de consumo dos Estados Unidos em 1925 e do Japão em 1965, segundo números do site de informações financeiras Bloomberg.
Neste contexto, um total recorde de 1.500 expositores está participando da feira, que é a maior desde que o evento começou a ser realizado em 1985.
Estimativas dos organizadores sugerem que 600 mil pessoas visitarão o pavilhão de exibições para conferir as novidades do setor. Pelo menos 13 novos modelos estão com o lançamento previsto para esta semana.
A sincronização do evento com a prova da Fórmula-1 também atraiu a presença de grandes empresários e celebridades do mundo automobilístico à cidade.
Na noite de domingo, o diretor-executivo da Porsche Wendelin Wiedekin esteve na abertura da feira para fazer o lançamento do novo modelo da marca de luxo, um sedan esportivo chamado Panamera.
Diretores da Daimler, Volkswagen e Nissan também estão em Xangai prestigiando o mercado chinês, em nítido contraste com o fato de que algumas montadoras deixaram de comparecer a outros salões de automóveis mais tradicionais.
Neste ano a Daimler Ag, fabricante dos carros Mercedes Bens, não participou do salão de Tóquio. Igualmente, a Nissan deixou de ir à feira de Frankfurt e a Porsche não pretende estar presente ao evento de Detroit.
Todas essas montadoras, entretanto, estão nesta semana divulgando seus modelos em Xangai.
Os números da Porsche, por exemplo, explicam o entusiasmo pelo mercado chinês. A montadora viu o total de vendas no país dobrar no ano passado para 7.600 unidades e aposta numa expansão ainda mais vertiginosa, levando em conta o potencial do país emergente de 1,3 bilhão de habitantes.