postado em 20/04/2009 11:14
A fabricante americana de veículos General Motors (GM) vai eliminar 1.600 postos administrativos nos próximos dias nos Estados Unidos, segundo um e-mail do presidente da empresa para a América do Norte, Troy Clarke, obtido pela agência de notícias Associated Press.
A reportagem procurou por telefone a assessoria da GM no Brasil a fim de saber se haverá reflexos da decisão no país, mas não obteve resposta.
"Nesses tempos sem precedentes, a GM está reinventando cada aspecto de seus negócios, incluindo o tamanho e a estrutura da organização, a fim de criar uma companhia mais enxuta e ágil", diz o texto do e-mail, segundo a AP. Clarke diz que os próximos dias serão "bastante desafiadores para toda a equipe da GM, mas principalmente para aqueles empregados afetados diretamente por essas ações".
Na sexta-feira (17), o executivo-chefe da empresa, Fritz Henderson, disse que a GM faria mais cortes em seu quadro de funcionários nas próximas semanas. A empresa já havia anunciado um corte de 3.400 funcionários de áreas administrativas nos EUA, a maioria até 1° de maio. Um porta-voz da GM disse, segundo o diário americano "The New York Times" ("NYT"), que cerca de 250 funcionários foram demitidos em março e mais cortes ocorrerão neste mês.
Henderson disse ainda que é possível atender as exigências do governo até 1° de junho deste ano - prazo dado para que a apresentação de um novo plano de reestruturação -, mas reconheceu que os executivos da montadora se preparam para recorrer ao "Chapter 11", o capítulo da legislação dos EUA para falências e concordatas.
No mês passado, o governo americano rejeitou os planos de reestruturação tanto da GM como da rival Chrysler, ambas em situação crítica devido à crise na economia dos EUA. As duas receberam em dezembro de 2008 uma ajuda de US$ 17,4 bilhões e em fevereiro deste ano solicitaram quantias suplementares - US$ 5 bilhões para a Chrysler, que já obteve US$ 4 bilhões, e até US$ 16,6 bilhões para a GM, que já conseguiu US$ 13,4 bilhões.
No dia 30 de março, o presidente americano, Barack Obama, disse que o governo irá oferecer capital suficiente para a GM nos próximos 60 dias, a fim de que a empresa possa elaborar um novo plano de reestruturação, mas condicionou a ajuda à Chrysler à formação de uma parceria com outra empresa.