Economia

Fiat pode buscar a GM caso negociação com Chrysler falhe

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postado em 22/04/2009 16:52
A montadora italiana Fiat pode passar a negociar uma parceria com a General Motors caso as negociações com a Chrysler falhem. É o que mostra reportagem da Reuters, citando a relutância dos credores e acionistas da rival da GM como empecilho aos acordos com a marca italiana. "Uma parceria (com a GM) poderia dar certo", afirmou o analista Eric-Alain Michelis, da SG Securities. "A Fiat tem muito mais a ganhar em um acordo com a GM do que com a Chrysler, porque ela está no mesmo segmento de carros pequenos e médios que a americana, e ambas podem passar a buscar grandes economias em escala com isso." A maior montadora dos EUA tem grande presença nos mercados em que a Fiat atua, entre eles o brasileiro, e ambas compartilham peças de seus modelos, entre eles parte do Corsa e do Grande Punto. Por sua vez, a Chrysler não oferece nenhuma economia, já que seus negócios têm pouco em comum e ambas dividem quase nada em modelos e plataformas. O executivo-chefe da Fiat, Sergio Marchionne, tem até 30 de abril para conseguir o apoio dos credores da Chrysler que estão relutantes em aprovar o acordo com a marca italiana. Caso nada seja aceito, o governo americano ameaça deixar a Chrysler sob concordata. Um funcionário da Fiat próximo às negociações, que falou à Reuters sob anonimato, revelou que a fabricante está decidida a fechar alianças "na Europa, na América do Norte e em outros lugares", se a parceria não for pra frente. Sem dinheiro Nesta quarta-feira, o governo americano rejeitou o pedido dos credores da Chrysler, que requeriam 40% da companhia que surgirá da união com a Fiat. Segundo o jornal "Detroit News", o grupo queria que a empresa italiana ainda fornecesse US$ 1 bilhão em troca de saldar US$ 6,9 bilhões de dívidas. Para analistas, a Fiat não deve fechar nenhum acordo em que seja investido dinheiro. "Apesar dos empréstimos do governo americano, as fabricantes devem buscar outras formas de negociar para dividir os débitos e diminuir a gastança", afirmou Philippe Houchois, analista do UBS Warburg. "Eles podem fechar contratos de papel. A razão é que ninguém tem dinheiro para gastar." À Chrysler, por exemplo, a Fiat oferece tecnologia e acesso a mercados estrangeiros em troca de sua entrada nos EUA e participação minoritária no grupo. Fato é que, se comparadas, as vantagens de uma parceria com a GM seria muito maior, segundo a reportagem. O analista Max Warburton, da corretora Bernstein, afirma que a americana poderia elevar a Fiat da 6ª para a 2ª colocação em participação de mercado na Europa, além de cortar gastos estimados em 1,5 bilhão de euros (cerca de US$ 1,95 bilhão). Com a Chrysler, a economia chegaria a 225 milhões de euros (US$ 293 milhões).

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