postado em 22/04/2009 17:58
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recuperou o terreno perdido com o feriado desta terça-feira (21/04) e encerrou os negócios desta quarta-feira registrando ações um pouco mais valorizadas. As bolsas americanas, no entanto, não sustentaram o tom positivo até o final do expediente. A taxa de câmbio finalizou a jornada em R$ 2,20.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, subiu 1,02% no fechamento e atingiu os 44.888 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,07 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em baixa de 1,04%.
"Enquanto a Bolsa por aqui estava fechada, Nova York subiu 1%. Hoje, os investidores que realizaram lucros na segunda-feira aproveitaram para voltar às compras enquanto Wall Street teve apenas um movimento pontual de mercado", comenta Waldney Trindade Nery, analista da corretora capixaba Uniletra. Para Trindade, diante de uma agenda potencialmente complicada nos próximos dias, os investidores estão com estratégias bastante cautelosas para atuar no mercado. "Ele está prudente tanto no momento da compra quanto no momento da venda. Quando há um dia de forte alta, já aproveita e realiza rapidamente [vende ações para embolsar ganhos], mas também aproveita os períodos de baixa para comprar um pouco de ações", resume.
Nos próximos dias, o governo dos EUA revela as avaliações já feitas com os bancos avariados pela crise dos créditos "subprimes". Os famosos "testes de stress" são bastante aguardados por investidores porque podem mostrar a necessidade, ou não, de mais recursos federais para as instituições bancárias.
No Brasil, o mercado já reflete as projeções sobre a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decide na semana que vem a nova taxa básica de juros do país, hoje em 11,25% ao ano. O dólar comercial foi vendido por R$ 2,200, em baixa de 1,96%. A taxa de risco-país marca 393 pontos, número 0,76% acima da pontuação anterior.
Entre as principais notícias do dia, o secretário do Tesouro dos EUA, Tim Geither, declarou que já é possível ver "alguns sinais de estabilização" no ritmo de queda da produção e do comércio globais. O banco americano Wells Fargo anunciou lucro de US$ 2,38 bilhões relativo ao período do primeiro trimestre deste ano, o que supera o recorde que pertencia ao mesmo período do ano anterior (US$ 2 bilhões).
Outro grande banco americano, o Morgan Stanley informou um prejuízo de US$ 177 milhões (US$ 0,57 por ação) no primeiro trimestre deste ano, contra um lucro de US$ 1,41 bilhão (US$ 1,26 por ação) no mesmo período de 2008. Ontem à noite, a Coca-cola comunicou lucro líquido de US$ 1,35 bilhão (ou US$ 0,58 por ação) no entre janeiro e março, contra um lucro de US$ 1,5 bilhão (US$ 0,64 por ação) no mesmo período do ano passado. O portal de internet Yahoo! registrou queda de 78% no lucro do primeiro trimestre deste ano --US$ 118 milhões- na comparação com o resultado de 2008 no mesmo período.
No front doméstico, o Banco Central revelou que os investimentos estrangeiros no setor produtivo brasileiro caíram quase 40% no primeiro trimestre de 2009. A FGV (Fundação Getulio Vargas) revelou que a segunda prévia do IGP-M (usado para reajuste de aluguéis) apontou uma deflação de 0,33% para o mês de abril. Trata-se de uma ligeira redução em relação ao registrado na segunda prévia de março, quando houve deflação de 0,36%.