postado em 26/04/2009 08:56
Embora os tempos sejam de esfriamento do consumo, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Distrito Federal (Abrasel-DF) injetará mais recursos no Festival Brasil Sabor Brasília 2009 para que os restaurantes filiados consigam minimizar o impacto da crise. O evento deste ano contará com menos gastos para os 68 restaurantes participantes, custos mais baixos com a festa de lançamento e a inclusão de uma quarta faixa de preços, mais barata.
Ao todo serão cerca de R$ 1,8 mil de investimentos a mais que na edição anterior. Mesmo assim, a organização do festival espera aumentar o número de pratos oferecidos, de 41 mil no ano passado para 50 mil este no. A intenção é que o faturamento cresça 25% em relação ao festival anterior e o lucro seja de R$1,5 milhão contra R$ 1,1 milhão alcançados em 2008.
Entre 27 de abril e 31 de maio, o público do DF poderá apreciar pratos que geralmente são encontrados a preços mais elevados. O preço inferior é uma das mudanças importantes. Além dos três valores já oferecidos em edições anteriores, de R$ 24,20, R$ 32,20 e R$ 42,20, uma nova opção, de R$ 16,10, irá compor a lista de preços do festival. ;Por ser um ano difícil para muitos restaurantes, mudamos o conceito. Por exemplo, em vez de fazermos uma festa de lançamento para 2.800 pessoas como no ano passado, faremos para 1.500;, descreve a presidente da Abrasel-DF, Elisandre Werneck. Ela conta que, com uma opção de preço menor, mais jovens poderão provar as receitas dos chefes de cozinha e frequentar mais restaurantes que na edição passada. Em 2009, serão 93 endereços de restaurantes contra 67 em 2008.
Refeição grátis
Outra modificação relevante foi no Circuito Gourmet do festival. Por meio dessa iniciativa, após consumir seis pratos de casas diferentes, o cliente tinha o direito de adquirir o sétimo gratuitamente. Agora, quem fizer o mesmo concorrerá, por sorteio, a seis passagens com acompanhante para conhecer três vínicolas chilenas e três da região sul do país. Além do mais, pela primeira vez nos seis anos do festival, a Abrasel-DF irá custear até R$ 1 mil de ingredientes para cada restaurante que estiver presente na festa de lançamento. No festival passado esse custo ficava a cargo do proprietário.
A inscrição para o evento também tornou-se mais fácil. Em vez dos R$ 1.500 parcelados em até três vezes, como no ano passado, o empresário que inscrever seu estabelecimento pagará R$ 1.200, podendo dividi-los em até quatro vezes. ;Tivemos que investir mais em mídia e elevar os gastos com os proprietários, dando maiores condições para eles gastarem menos com o festival;, completa Lisandre.
É importante frisar que o Festival Sabor Brasília abre o evento nacional que, neste ano, acontece em todos os 26 estados da Federação e o DF. Tudo pelo simples motivo de tudo ter acontecido primeiro em Brasília.
Novatos na área
Na 6ª edição do Festival Brasil Sabor Brasília, 15 chefs de cozinha irão participar com seus pratos pela primeira vez. É obrigatório que cada restaurante ofereça somente uma receita e inédita. Quem está confiante com as expectativas do evento é Paulo Seidl. Há apenas um ano como cozinheiro e proprietário do Naan Asian Fusion Cuisine, na quadra 412 Sul, ele irá se incorporar aos demais integrantes do festival com o prato Kofta de carneiro (almôndegas de carne). ;Já é comum na casa lançarmos pratos diferentes. Todo mundo tem a ganhar com isso;, lembra. ;Estou oferecendo um prato por R$ 32, que ficaria entre R$ 42 e R$ 46 sem promoção;, conclui.
Ao oferecer o Kofta com média de 25% a 30% de desconto, Seidl espera vender, ao fim dos 33 dias de festival, por volta de 150 pratos. Junto, vem a expectativa de aumentar o movimento de seu estabelecimento, que é especializado em culinária vietnamita, tailandesa e indiana. ;Tenho que estar preparado para o máximo de clientes. Mas se conseguir um aumento de 10% nas minhas vendas nesse período, será excelente;, admite.
Estímulo ao turismo
A 6ª edição do Festival Brasil Sabor é, também, uma oportunidade para reforçar o turismo da capital federal e ampliar a divulgação da diversidade gastronômica típica de Brasília. A avaliação é de Cristina Malheiros, gerente de projetos da BrasiliaTur, órgão do governo do Distrito Federal responsável por incentivar o turismo. ;Para a gente é bom termos um festival como este porque isso fortalece a gastronomia local.;
Cristina Malheiros considera que o festival agrega uma importante vantagem por funcionar como atração turística e gastronômica, simultaneamente. ;O festival movimenta a cidade e a gastronomia vinculada ao turismo representa um motor de desenvolvimento interessante;, lembra ela. Cristina também descreve que a riqueza de pratos deve-se à presença de comidas de todos os estados na capital federal.
Eventos paralelos
Além do festival, também haverá uma programação paralela para quem quiser se aventurar para além da degustação nos restaurantes. Entre 27 de abril e 31 de maio serão oferecidas aulas gourmet na Kaza Chique. As aulas serão de 19h às 21h de segunda a sexta-feira e das 10h às 12h aos sábados e serão ministradas por donos de restaurantes, chefs e cozinheiros.