Economia

Mercado revê aposta no corte de juros

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postado em 26/04/2009 09:48
O Banco Central (BC) vai reduzir nesta semana a taxa básica de juros (Selic) para o menor nível da história. Embora seja dada como certa, a queda deverá ser mais modesta do que se esperava 40 dias atrás, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) realizou sua última reunião. Naquele momento, a aposta majoritária entre os especialistas era de uma baixa de 1,5 ponto porcentual, para 9,75% ao ano. Hoje, a maioria espera 1 ponto e há até quem crave 0,75. A cautela ganhou força, principalmente, porque o mercado e o próprio BC já conseguem ver uma melhora tênue, mas consistente, da atividade econômica no Brasil. Quarta-feira, o diretor de Política Monetária do BC, Mário Torós, se reuniu com economistas de grandes bancos na sede da autoridade monetária em São Paulo. No alto do prédio da Avenida Paulista, ele mostrou, com números, que a economia não está tão deprimida como muitos imaginavam e uma recuperação mais forte da atividade deve ocorrer no segundo semestre. Um dos exemplos dado por ele foi a demanda. Em fevereiro, as vendas do varejo aumentaram 1,5% na comparação com janeiro e avançaram 3,8% em comparação a fevereiro de 2008, quando não havia qualquer sinal da crise. Além disso, analistas chamam a atenção para os estímulos fiscais dados pelo governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos como geladeira, fogão e carros. ;Nos EUA e na Europa, o consumidor não reage nem levando choques seguidos no peito. Aqui, um choquinho no braço já leva as pessoas a comprarem um carro zero quilômetro;, compara o economista-chefe do banco HSBC no Brasil, André Loes. Ele projeta um recuo de 0,75 ponto na Selic, para 10,50%. Ao final do último encontro do Copom, ele acreditava em um ponto.

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