postado em 27/04/2009 16:15
A montadora americana General Motors (GM) apresentou nesta segunda-feira uma versão mais drástica de seu plano de reestruturação - rejeitado no fim de março pelo Estado - e iniciou uma queda-de-braço com seus credores, a quem propôs uma reconfiguração da dívida.
Se a reestruturação financeira da GM for avalizada pelos credores, o Estado federal e o sindicato do setor automobilístico UAW passarão a controlar 89% do capital da montadora. Os proprietários de obrigações ficarão com 10%, e os acionistas atuais com 1%.
Para Douglas McIntyre, do site de análises 247wallst.com, "a GM decidiu partir para o tudo ou nada com seus credores".
A montadora também apresentou um plano industrial que lhe deve dar acesso a um mercado americano de 10 milhões de carros por ano, contra 15 a 17 milhões antes da crise.
A GM, que precisa provar à administração Obama que é capaz de voltar de forma duradoura ao equilíbrio financeiro, vai suprimir mais 7.000 ou 8.000 empregos, para reduzir seus efetivos nos Estados Unidos de 61.000 no final de 2008 para 40.000 em 2010.
O número de suas fábricas vai passar de 47 a 34 até o fim de 2010, e a 31 até 2012. A rede de concessionárias será reduzida em 42% até o final de 2010.
A Casa Branca qualificou nesta segunda-feira de "etapa importante" a proposta da GM sobre sua dívida.
A GM também anunciou o fim, em 2010, de sua marca Pontiac, passando a se concentrar em suas quatro principais americanas: Chevrolet, Buick, Cadillac e GMC.
O presidente da GM, Fritz Henderson, mencionou "negociações em curso" sobre sua marca alemã Opel e sobre a venda da marca Hummer, e prometeu uma decisão sobre a Saab e a Saturn até o fim deste ano.
Henderson ressaltou que estas medidas devem permitir manter a montadora, desde que os credores aceitem a nova proposta que lhes foi apresentada.
"Se tivermos que ir à falência, iremos", ameaçou. "E neste caso, é possível que os proprietários de obrigações não recebam nada por seus títulos", avisou.
A operação prevê a conversão de 27 bilhões de dólares em obrigações devidas em ações ordinárias. Os proprietários de obrigações receberão em títulos o equivalente a 38% do valor de suas dívidas.
Os títulos terão que ser entregues até o dia 1 de junho, quando vence o prazo definido pelo Estado para a aplicação do plano de reestruturação da GM.
Para ter o aval do Estado, a oferta terá que contar com um índice de resposta superior a 90%, um número "muito elevado", como admitiu a própria GM.