postado em 28/04/2009 18:19
As principais Bolsas dos Estados Unidos recuaram nesta terça-feira com a preocupação sobre o setor bancário, depois que o governo sugeriu que alguns dos maiores bancos do país possam precisar de mais fundos para enfrentar a crise. A notícia ofuscou a divulgação de indicadores como a alta na confiança do consumidor e a retomada na produção manufatureira no país.
A Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) perdeu 0,1% no índice DJIA (Dow Jones Industrial Average, principal referência do mercado financeiro americano), que estava com 8.016,95 pontos, enquanto o S 500 recuou 0,27%, indo para 855,16 pontos. A Bolsa Nasdaq caiu 0,33%, indo para 1.673,81 pontos.
Nesta terça, reportagem do "Wall Street Journal" ("WSJ") afirma que o governo dos EUA sugeriu ao Bank of America e ao Citigroup --os quais já receberam US$ 45 bilhões em empréstimos federais-- recorrerem ao Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) para elevar suas reservas. Outras instituições podem estar na mesma situação, noticia o jornal.
O dado minou a boa expectativa dos investidores sobre a divulgação dos testes feitos pelo governo para determinar a saúde financeira dos 19 maiores bancos do país. Segundo a avaliação, as instituições obtiveram resultados positivos. O resultado deve ser divulgado oficialmente na segunda-feira (4).
Ações do setor bancário fecharam o dia com desvalorização, com destaque para os papéis do Bank of America (-8,6%) e do Citigroup (-5,9%).
Os investidores também estão de olho na divulgação da nova taxa de juros no país, atualmente entre zero e 0,25%, que deve ser divulgada nesta quarta-feira. Amanhã também é dia da divulgação do resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre.
Com tanta apreensão dos investidores, os indicadores positivos divulgados hoje não conseguiram segurar as Bolsas.
Confiança do consumidor
Pesquisa do instituto privado Conference Board mostrou que a confiança do consumidor teve alta expressiva em abril, ficando em 39,2 pontos, contra 26,9 em março (dado revisado), o que representa um avanço de 45,7%.
Mesmo com a alta, o índice continua em um patamar que indica que a economia se encontra em recessão --na qual caiu em dezembro de 2007, segundo o Nber (Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, na sigla em inglês). O índice divulgado hoje é o maior desde novembro do ano passado e ficou também acima das previsões dos analistas.
O setor manufatureiro americano também registrou melhora no nível de atividade neste mês, mas continua em nível baixo, segundo dados do Federal Reserve de Richmond (uma das 12 divisões regionais do Fed, o BC americano). O índice de atividade ficou em -9 pontos neste mês, contra -20 em março.
O resultado de abril superou ainda as expectativas dos analistas, que previam um avanço bem mais modesto em relação a março, para -17 pontos. Resultados negativos indicam contração da atividade.
Medo de epidemia
O temor de que a gripe suína, que já matou ao menos 22 pessoas no México, se espalhe pelo mundo voltou a preocupar os investidores hoje, derrubando o preço do barril do petróleo e as Bolsas na Europa e na Ásia.
A epidemia de gripe suína é suspeita de ter causado ao menos 152 mortes no México. Autoridades de outros sete países --Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Espanha, Reino Unido e Israel --confirmaram casos, enquanto Alemanha, Argentina, China e Coreia do Sul investigam possíveis infecções de pessoas que estiveram no México.
Fato é que ações do setor de turismo e de empresas aéreas voltaram a ter queda nesta terça-feira, com a preocupação de que a epidemia possa reduzir o volume de viagens internacionais e afetar a recuperação econômica em vários países.