postado em 28/04/2009 19:16
As ações brasileiras foram negociadas com perdas durante boa parte da jornada desta terça-feira (28/04), mas perto do fechamento algumas ordens de compra de investidores ajudaram a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a fechar no "zero a zero". Preocupações com a escalada mundial da gripe suína e a expectativa pela reunião do Copom, no Brasil, ajudaram a manter o clima de incerteza nos mercados. A taxa de câmbio cedeu para R$ 2,19, após leilões do Banco Central.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, manteve a pontuação de ontem (45.821) no fechamento. O giro financeiro foi de R$ 4,35 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em queda de 0,10%.
O dólar comercial foi negociado por R$ 2,195, em baixa de 1,12% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 384 pontos, número 0,25% abaixo da pontuação anterior.
"Durante o dia, houve alguma preocupação em torno da "gripe do porco´ e também com algumas notícias sobre a necessidade de capital dos bancos nos EUA. É possível que tenha melhorado um pouco perto do final com alguma expectativa mais favorável para o Copom", avalia Advaldo de Campos, economista da AMW Investimentos.
"Há alguns analistas comentando que a Bolsa pode ir para os 48 mil pontos, mas eu não vejo o cenário com tanto otimismo. Enquanto nós não tivermos uma noção melhor da real extensão dessa gripe suína, a Bolsa provavelmente deve continuar oscilando entre os 45 mil e 46 mil pontos", acrescenta.
Entre as principais notícias do dia, a Vale do Rio Doce confirmou que deve reduzir em 25% sua capacidade de produção de minério de ferro neste ano. Segundo a mineradora, a companhia enfrenta uma "redução de demanda sem precedentes", por conta de uma "substancial contração da produção industrial global". A corretora Brascan apontou que, apesar da estratégia da Vale, a geração de caixa deve continuar sentindo os efeitos da retração global. "Não acreditamos em melhora deste cenário no médio prazo (leia-se segundo ou terceiro trimestre de 2009), uma vez que não há sinais claros de recuperação da atividade industrial mundial", comenta o analista Rodrigo Ferraz.
Nos EUA, a sondagem do instituto privado Conference Board mostrou que a confiança do consumidor americano em sua economia ainda está bem baixa, mas que teve uma melhora expressiva entre os meses de fevereiro e março, surpreendendo os analistas. No setor imobiliário, os preços dos imóveis ficaram 18,6% mais baixos em fevereiro, considerando a amostra das 20 principais regiões metropolitanas dos EUA, pela pesquisa Standard & Poor´s/Case.
Copom
O Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia amanhã sua decisão sobre a nova taxa básica de juros do país, hoje em 11,25% ao ano. As projeções dos economistas se dividem entre um corte de 1 ponto percentual (a maioria) e 1,5 ponto percentual. José Goés, economista da corretora WinTrade, afirma que a inflação não é "uma preocupação de curto prazo", mas salienta que as medidas já tomadas pelo governo para aquecer a economia, e a defasagem entre o ajuste da taxa básica e seus efeitos são motivos suficientes para justificar uma cautela maior do Comitê.
"Alguns indicadores domésticos recém divulgados mostram que a economia já está melhorando, destacando-se a alta de 1,5% das vendas no varejo e o recorde do volume de crédito no Brasil", comenta.
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