Economia

Perda de emprego com a crise é maior em cidades do interior, diz Ipea

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postado em 29/04/2009 11:59
O fechamento de postos de trabalho em decorrência da crise foi maior nas cidades do interior, aponta estudo apresentado nesta quarta-feira (29/04) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O órgão fez uma comparação do resultado líquido do emprego entre o período de outubro de 2007 e março de 2008 e entre outubro de 2008 e março de 2009. Enquanto no primeiro período foram criados 46.239 postos de trabalho nas cidades do interior, no segundo foram fechadas 500.537 vagas. Já em municípios com aglomerações comparadas a Região Metropolitanas - como Campinas (SP), Juiz de Fora (MG) e Criciúma (SC) -, foram criados 180.071 empregos entre 2007 e 2008, contra o fechamento de 181.055 vagas no período seguinte. "As cidades do interior que mais sofreram foram as do Sul e Sudeste, porque são mais industriais. Os setores industriais quebraram a tendência que vinha de geração de empregos", afirmou o diretor de Estudos Sociais do Ipea, Jorge Abrahão. Nas capitais de Regiões Metropolitanas, foi registrada uma redução significativa na criação de empregos, mas o índice manteve-se positivo. No período 2007/2008, foram gerados 293.805 empregos, contra a geração de 13.735 em 2008/2009. Nas capitais que não são caracterizadas como Regiões Metropolitanas, houve a geração de 35.725 postos no primeiro período e o fechamento de 24.260 no segundo. Em relação à faixa salarial, os dados mostram que houve uma retração nos empregos nas faixas de maior remuneração. Mesmo antes da crise, já havia um fechamento de vagas nas faixas superiores a dois salários mínimos. Com a crise, porém, a queda nos postos de trabalho alcançam também as faixas salariais de um a dois salários mínimos (-314.096), ficando o saldo positivo apenas entre 0,5 e um salário mínimo. Além disso, há uma grande perda de vagas entre a população com mais de 25 anos, principalmente acima de 65. Já entre os jovens de 17 a 24 ainda continua positivo. "Há uma mudança concreta na geração de postos de trabalho em relação à renda e à idade", completou Abrahão. Em relação à escolaridade, as categorias que mais apresentaram perda de emprego foram as de menor escolaridade. Já nas categorias de quem possui ensino médio completo e superior incompleto e completo houve abertura de vagas.

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