Economia

Bolsas dos EUA têm alta apesar de queda no PIB

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postado em 29/04/2009 18:59
As bolsas americanas fecharam em alta nesta quarta-feira (29/04), com os investidores recuperando as perdas depois de dois dias de quedas no mercado. O ânimo foi causado pela previsão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que o ritmo de contração da economia está diminuindo. A Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês) fechou em alta de 2,11% no índice Dow Jones Industrial Average, que foi para 8.185,73 pontos, enquanto o S 500 subiu 2,16%, para 873,64 pontos. A Bolsa Nasdaq avançou 2,28%, indo para 1.711,94 pontos. O Fed informou nesta quarta-feira que manterá sua taxa de juros em uma margem de variação de zero a 0,25% ao ano. Trata-se da terceira reunião consecutiva em que o Fed mantém a taxa no menor nível de sua história. Em comunicado divulgado hoje, a autoridade monetária americana aponta para um alívio na crise enfrentada pela economia do país. Em nota, o órgão ressalta que "embora o quadro econômico tenha melhorado modestamente desde a reunião de março (...) o nível de atividade econômica provavelmente deve permanecer fraco por mais algum tempo". O Fed atribui a melhora das condições econômicas "parcialmente" ao alívio nas condições do mercado financeiro. E não se furta a apontar o quadro ainda desastroso do maior economia do planeta: vendas de casas em estabilização mas ainda em níveis bastante baixos, crédito apertado, perdas de postos de trabalho e cortes de investimentos. Na nota, o Fed destacou que os gastos por domicílio "têm mostrado sinais de estabilização, mas permanecem sob pressão devido à contínua perda de empregos, à riqueza menor por domicílio e ao crédito restrito". Mesmo assim, o banco "continua a esperar que as ações de política monetária para estabilizar os mercados e instituições financeiros, o estímulo fiscal e monetário e as forças de mercado contribuam para uma retomada gradual do crescimento econômico sustentável em um contexto de estabilidade de preços". Os investidores já vinham em negociando em ritmo positivo depois que o governo divulgou a primeira estimativa sobre o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA no primeiro trimestre do ano. Apesar da queda de 6,1% (contra uma expectativa de queda de 4,7%), os gastos dos americanos com consumo tiveram uma contribuição positiva. "Isso tudo é parte da mesma figura de aumento na confiança do consumidor", afirmou Richard Cripps, estrategista da corretora Stifel Nicolaus. Ontem, o instituto privado Conference Board divulgou que a confiança do consumidor americano teve alta expressiva em abril, ficando em 39,2 pontos, contra 26,9 em março (dado revisado), o que representa um avanço de 45,7%. Mesmo com a alta, o índice continua em um patamar que indica que a economia se encontra em recessão --na qual caiu em dezembro de 2007, segundo o Nber (Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, na sigla em inglês). O consumo de bens duráveis (com durabilidade mínima prevista de três anos) cresceu 9,4% no trimestre passado, contra uma queda de 22,1% um trimestre antes; o consumo de bens não duráveis (como alimentos e vestuário) cresceu 1,3%, contra queda de 9,4% um trimestre antes. Os gastos com serviços cresceram 1,5%, mesma variação vista no quarto trimestre de 2008.

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