Economia

Taxa Selic ainda termina 2009 em um dígito, avalia economista

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postado em 29/04/2009 20:42
Após um corte 1 ponto percentual, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve optar por reduções ainda menos agressivas da taxa básica de juros do país, que sinaliza o custo dos empréstimos para empresas e consumidores. "É possível que ele dê mais uns dois cortes de 0,5 ponto percentual ainda neste ano, no máximo", avalia o professor Orlando Assunção Fernandes, do departamento de Economia da ESPM. "Mas o comunicado de hoje foi muito curto e não dá nenhuma pista do que pode vir", ressalta. Hoje, o Comitê decidiu ajustar a taxa Selic de 11,25% ao ano para 10,25%, em linha com as expectativas do mercado financeiro. Para Assunção, pode ter pesado na decisão do Copom a expectativa de uma melhora da economia global, principalmente a partir do segundo semestre deste ano. Em seu comunicado pós-reunião, o colegiado de diretores dos Banco Central foi bastante lacônica e se limitou a dizer que apenas quis "ampliar o processo de distensão monetária". Defasagem "Uma questão que muita gente no Brasil esquece é a defasagem entre as decisões do Copom e os seus efeitos na economia real. Demora entre seis e até oito meses para ter impacto, quer dizer, na reunião de agora, o BC está mirando na inflação do final de 2008 e início de 2010", afirma ele. Para Assunção, por esse motivo o BC optou por ser mais cauteloso e deve continuar nesse caminho nas próximas reuniões, previstas para junho e julho, quando vai pensar somente no ano que vem. "O Banco Central brasileiro é diferente do americano: o compromisso dele é com as metas de inflação. Ele não pode correr o risco de reduzir demais os juros por aqui, o que levaria a um aquecimento da economia que iria bater na inflação lá na frente", diz ele. Para o professor da ESPM, embora o cenário econômica ainda esteja bastante nebuloso, há alguns sinais positivos na economia americana. E a economia brasileira tem condições de se recuperar ainda mais rápido caso o quadro melhore, ainda que modestamente, nos EUA. "Nós temos uma demanda reprimida muito forte aqui no Brasil e isso me deixa muito confiante na nossa recuperação. Bastou o governo reduzir um pouco o IPI dos carros para as vendas subirem muito", afirma.

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