postado em 29/04/2009 20:56
As entidades representativas do comércio reclamaram um corte maior da taxa de juros do que o 1 ponto percentual definido nesta quarta-feira (29/04) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Para a Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio-SP), a taxa básica de juros, a Selic, poderia ter sido fixada em 9,25% ano ano. Segundo a decisão do BC hoje, a taxa caiu de 11,25% para 10,25% ao ano.
"Uma queda maior, como é possível no momento, teria mais capacidade de estimular a atividade econômica, beneficiando a indústria, o comércio e o governo com a arrecadação de impostos. Em razão do agravamento da crise financeira internacional, o Copom deveria ter sido mais ousado", avaliou Abram Szajman, presidente da Fecomercio.
A entidade argumenta também que uma taxa de juros menor possibilita uma economia maior para o pagamento da dívida pública. "A queda de dois pontos porcentuais geraria uma economia de R$ 11 bilhões para o pagamento de juros da dívida pública", argumentou a entidade.
Para o final do ano, a entidade defende Selic de 8%, que estima economia de R$ 14 bilhões para o pagamento da dívida com a taxa neste patamar.
Para a Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), a "magnitude do corte não condiz com a necessidade do país de retomar investimentos, fomentar o consumo das famílias e combater o desemprego". "Ainda que a economia brasileira tenha dado importantes sinais de recuperação nesses últimos meses, é cedo para diminuir o ritmo da flexibilização monetária. Com o risco inflacionário minimizado, o Copom tem em mãos uma oportunidade única de conduzir a taxa básica de juros para um patamar coerente com o padrão internacional, do qual o país continua distante", informou a entidade em nota.
"A resistência em baixar os juros de forma mais intensa custa caro e não condiz com o cenário presente, que exige uma ampla redução da carga tributária e o barateamento do crédito." A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) também lamentou a decisão do BC. "Consideramos cautelosa a decisão do Copom de reduzir em apenas um ponto percentual a taxa Selic, pois os diversos indicadores, como de produção industrial, vendas do comércio e, principalmente de emprego, mostram a necessidade da redução dos juros e do aumento da liquidez para superar a forte retração da economia". afirmou o presidente da entidade, Alencar Burti.
"Esperamos que sejam adotadas medidas complementares que permitam que as micros e pequenas empresas possam voltar a ter acesso ao crédito. É preciso, também, que o projeto de lei que autoriza a criação do cadastro positivo seja aprovado com urgência pelo Congresso, para permitir a redução do "spread´".