Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas em NY desaceleram após concordata da Chrysler

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As Bolsas americanas operam em alta, mas em ritmo bem mais modesto que o visto nos primeiros negócios do dia, após o anúncio da concordata da montadora americana Chrysler. O anúncio ofuscou o otimismo visto desde ontem, com indicadores econômicos e as declarações do Fed (Federal Reserve, o BC americano) sobre o ritmo da recessão no país. Às 15h37 (em Brasília), a Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) estava em ligeira alta de 0,22%, indo para 8.204,12 pontos no índice DJIA (Dow Jones Industrial Average), enquanto o S tinha alta de 0,29%, indo para 876,19 pontos. A Bolsa Nasdaq operava em alta de 0,81%, indo para 1.725,78 pontos. Hoje o Departamento do Trabalho informou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA caiu em 14 mil na semana encerrada no último dia 25. O dado deu fôlego ao ânimo visto desde ontem, quando o governo informou que os gastos dos consumidores tiveram um crescimento de 2,2% no primeiro trimestre deste ano (ainda que a economia como um todo tenha caído 6,1% no período). Também trouxe otimismo a nota do Fed, divulgada após o anúncio da taxa de juros (mantida em uma margem de variação de zero a 0,25% ao ano). No texto, o banco avaliou que a recessão pode estar mais amena. Diante da concordata da Chrysler, no entanto, o otimismo perdeu fôlego. O diretor de investimentos do Harris Private Bank, Jack Ablin, disse que os investidores já vinham aguardando a decisão da montadora. "Mas, uma vez que se viram diante da realidade, os investidores tiveram uma reação diferente", afirmou. A concordata da Chrysler cria preocupações sobre eventuais perdas de postos de trabalho, em uma economia que ainda se encontra em recessão. Mesmo assim, a decisão da empresa não chegou a ter efeito drástico sobre as ações das rivais; os papéis da GM (General Motors) e da Ford subiam mais de 7%. Outro indicador econômico divulgado hoje foi o de gastos do consumidor em março, que apresentou uma queda de 0,2%, após dois meses consecutivos de alta. O índice não conseguiu ofuscar o otimismo com os dados sobre consumo referentes ao trimestre passado. Os gastos com consumo são acompanhados com atenção por economistas e investidores nos EUA, uma vez que o consumo responde por cerca de dois terços de toda a atividade econômica do país.