Economia

Bovespa tem 8 semanas de alta e ganha 15,5% em abril

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postado em 30/04/2009 18:03
Abril foi um mês mais do que favorável à Bovespa. Nem mesmo o risco iminente de um alerta de pandemia pela Organização Mundial da Saúde por causa da gripe suína abateu o ânimo dos investidores em comprar ações. A Bovespa terminou com a maior alta mensal dos últimos anos e fechou oito semanas seguidas no azul. Hoje, voltou a pisar nos 48 mil pontos e ainda pela manhã, com a ajuda dos investidores estrangeiros e, claro, do clima favorável no exterior. A Bovespa terminou a quinta-feira (30/04) em alta de 0,13%, aos 47.289,53 pontos. Na mínima do dia, atingiu os 47.235 pontos ( 0,02%) e, na máxima, os 48.126 pontos ( 1,90%). Em todo o mês de abril, a Bolsa acumulou alta de 15,55%, a mesma registrada em fevereiro de 2005 e a maior desde então. Também foi o segundo mês seguido no azul. Na semana, subiu 1,10% e, em 2009, acumula elevação de 25,94%. O giro financeiro totalizou R$ 5,409 bilhões. A volta dos investidores estrangeiros foi fundamental para garantir tal desempenho às bolsas, e o retorno foi pautado na certeza de que a economia doméstica está mais bem preparada para passar por esta crise. Ao desavisado, o comportamento tão robusto para a Bovespa pode parecer que a desaceleração econômica mundial ficou para trás, mas não é bem assim. Tanto que muitos analistas avaliam que a Bovespa estaria "cara" e que uma realização de lucros não está descartada. Segundo alguns, a recuperação deste mês foi uma correção rápida ao tombo registrado no pior momento da crise, quando caiu abaixo dos 30 mil pontos. O empurrãozinho dado pelo banco central dos EUA ontem quando, ao anunciar sua decisão de política monetária, sinalizou que a economia norte-americana dá sinais de estabilidade, encontrou terra adubada hoje nos bons indicadores conhecidos nos EUA - e já não é de hoje que muitos índices têm surpreendido favoravelmente, assim como tem ocorrido com os balanços trimestrais. O indicador da atividade industrial de Chicago, por exemplo, sinalizou que a atual recessão nos EUA deverá terminar em dezembro. O dado subiu de 31,4 em março, o menor nível desde julho de 1980, para 40,1 em abril. Além disso, caiu o número semanal de novos pedidos de auxílio-desemprego. Dos balanços, a companhia norte-americana Dow Chemical informou um inesperado lucro líquido de US$ 24 milhões no primeiro trimestre deste ano. Embora 97% menor que o registrado em igual período do ano passado, foi um resultado positivo, enquanto que os analistas esperavam prejuízo. Apesar dos bons dados, as bolsas norte-americanas acabaram oscilando algumas baixas ao longo da sessão, usando o pedido de concordata da montadora Chrysler como justificativa. A montadora entrou hoje com o pedido, cujo objetivo é finalizar uma ampla reestruturação designada a salvar a montadora de uma liquidação. No fim do pregão, os principais índices nova-iorquinos estavam em direções divergentes, mas próximos da estabilidade. No Brasil, a volta dos investidores estrangeiros tem ocorrido não apenas em blue chips (ações de primeira linha). "Ações de terceira linha têm entrado nas carteiras. Ou seja, os investidores têm se comprometido com ativos não tão líquidos, sinal de que têm olhado a bolsa no longo prazo", comentou um operador de mesa de renda variável. Segundo ele, é bem possível a Bovespa ganhar os 50 mil pontos em breve, mas ele também é um dos adeptos de que uma boa realização deve ocorrer para atrair mais compras. A alta dos metais básicos no exterior favoreceu a recuperação dos papéis da Vale, que aumentaram 3,06% na ON e 1,26% na PN, fechando abril com ganhos, respectivamente, de 18,11% e 15,94%. Siderúrgicas acompanharam: Gerdau PN subiu hoje 2,61%; Metalúrgica Gerdau PN, 1,18%; Usiminas PNA, 1,10%; e CSN ON, 1,69%. O preço do petróleo subiu na Bolsa Mercantil de Nova York. Apesar disso, as ações da Petrobras fecharam no sentido oposto, em meio a um cenário pesado para a empresa. Um dos destaques é a possibilidade de o governo anunciar amanhã a criação de uma nova estatal para explorar o pré-sal, justamente o filé mignon da empresa. Também não pegou bem a notícia, apurada pelas repórteres do Grupo Estado Christiane Samarco e Tânia Monteiro, de que a empresa Petrobras está "pronta para fazer a redução do preço" da gasolina e do óleo diesel. No final da tarde, a ministra Dilma Rousseff anunciou que os elementos para o novo marco regulatório estão quase prontos, e o ministro Edison Lobão acrescentou que as regras devem sair ainda no primeiro semestre. Petrobras ON caiu 0,19% e PN, 0,67%. No mês, acumularam alta de 5,08% e 4,66%, respectivamente.

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