Economia

Chrysler se declara em falência

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postado em 01/05/2009 11:24
O presidente Barack Obama anunciou nesta quinta-feira (30/04) o plano de sobrevivência para a Chrysler, que recorreu à falência, comunicando, ao mesmo tempo, a fusão com a Fiat e uma nova ajuda do governo americano de até US$ 3,5 bilhões. A fusão deve levar o grupo americano ao sexto lugar do ranking mundial das montadoras. O resgate da companhia prevê que a Fiat assumirá entre 20% e 35% do capital da Chrysler, enquanto os governos americano e canadense ficarão com 8% e 2%, respectivamente. Além disso, um novo fundo, criado para garantir a cobertura médica dos aposentados da Chrysler, receberá 55%. O governo americano ainda se disse disposto a liberar mais US$ 8 bilhões para garantir a Chrysler. De acordo com altos representantes do governo, o plano não deve acarretar demissões e fechamento imediato de fábricas. O processo de falência que será introduzido em Nova York deverá ser curto, abrangendo entre 30 e 60 dias. O pedido de concordata não é ;um sinal de fraqueza, mas um passo suplementar para a sobrevivência da Chrysler;, declarou Obama. ;O procedimento será rápido, eficiente e controlado;, garantiu. ;A parceria com a Fiat tem grandes chances de sucesso;, afirmou o presidente americano. Segundo um comunicado da Casa Branca, a Fiat vai dar à Chrysler acesso à sua rede de distribuição mundial, e vai compartilhar seu know-how tecnológico com a montadora americana para permitir que sejam fabricados nos Estados Unidos novos veículos com consumo menor e adaptados à demanda atual. Vítima da crise econômica, da redução de vendas e de erros estratégicos, a Chrysler, que mantém 38 mil funcionários nos Estados Unidos, luta para sobreviver. Desde dezembro, a montadora recebeu US$ 4 bilhões do governo americano. Em troca da manutenção da ajuda federal, a Chrysler, e também a General Motors, tiveram que se submeter a planos de reestruturaçção drásticos. Dívida A Chrysler tinha prazo até esta quinta-feira para apresentar um novo plano. A GM tem um mês suplementar. Na quarta-feira, véspera do fim do prazo definido pelo governo, as últimas negociações sobre as dívidas da Chrysler fracassaram. De acordo com um alto representante do governo, parte dos credores da Chrysler rejeitaram a proposta do Tesouro de receber US$ 2,25 bilhões em troca da supressão de US$ 6,9 bilhões de dívida. O governo chegou então à conclusão de que a melhor solução para a Chrysler era seguir adiante com seu esforço de reestruturação colocando-se sob a proteção do capítulo 11 da Lei de Falências. Também ontem o diretor-executivo da Chrysler, Robert Nardelli, anunciou que ficará no cargo somente o tempo de administrar a saída do processo de falência da empresa e que deverá ser, posteriormente, substituído por um dirigente da Fiat. Esse prazo de transição é estimado em 30 a 60 dias. A fusão da Chrysler com a italiana Fiat marca uma nova etapa no longo declínio desta pioneira do automobilismo que acumulou erros industriais e reveses financeiros e está, atualmente, na mesma situação difícil de 30 anos atrás. A agonia de uma das principais montadoras dos Estados Unidos começou em 1979, quando a Chrysler já havia sido salva da quebra com garantias públicas de sua dívida. A fatia do mercado da Chrysler nos EUA foi fortemente afetada pela recessão e as vendas desabaram em 2008.

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