postado em 01/05/2009 18:57
Uma novidade lançada esta semana no mercado de roupas íntimas promete deixar muitos homens preocupados e as mulheres mais tranquilas em relação aos parceiros. Uma confecção de Juruaia, no Sul de Minas, cidade conhecida como um dos principais polos de produção de lingerie do Brasil, criou a cueca com GPS (aparelho usado para monitoramento via satélite). O acessório do tamanho de um pequeno celular costurado na peça é capaz de mostrar a localização exata da pessoa ou por onde ela passou.
Segundo a proprietária da Lindelucy, Lucia Iorio, a ideia surgiu como uma espécie de revanche sobre o espartilho com GPS, lançado pela loja no ano passado. ;As mulheres ganharam esse presente dos homens e agora somos nós que vamos rastrea-los onde estiverem;, brincou. Ela explica que, além da brincadeira, a lingerie masculina tem outras finalidades, como manter a segurança da pessoa. ;O GPS tem um sistema de rastreamento e vem com um botão contra pânico, que pode ser acionado se a pessoa for assaltada ou até mesmo sequestrada. Os dados são enviados via satélite e as informações pelo Google Earth, como a longitude e altitude;, disse.
Nas ruas a opinião dos homens está dividida, enquanto alguns são a favor, outros não usariam a cueca de jeito nenhum. O técnico em eletricidade Eduardo Freire Gomes, 37, afirma que a peça é uma coisa boa para as mulheres e que gostaria de ganhar uma. ;A mulher sabendo onde o homem está evita brigas. Assim, ela libera o parceiro para tomar uma cerveja e jogar o futebol com os amigos. É uma maneira de conceder um alvará;, disse. Para o músico Diogo Botrel, 22, a privacidade fica acima de tudo. ;Não uso uma cueca dessa, mas se tiver uma calcinha com GPS eu gostaria de controlar minha namorada. Se for monitorado por uma empresa para garantir a minha segurança eu posso até pensar em usa-la;, frisou.
A cueca no estilo boxer e com o sistema GPS pode ser adquirida em várias cores e tamanhos. Cada peça custa R$ 490. Para quem desejar monitora as mulheres, o espartilho com o aparelho sai por R$ 1.750. De acordo com a loja responsável até hoje dois espartilhos foram vendidos.
Com a produção de roupas íntimas exóticas e diferenciadas, Juruaia se destaca no setor, com uma produção de aproximadamente de 36 milhões de peças por ano. A cidade de 8,3 mil habitantes abriga 140 confecções e 40% da população economicamente ativa do município trabalha neste setor. São mais de 3,7 mil postos de trabalho, sendo que 80% ocupados por mulheres.
Monte Sião
A crise financeira que está afetando dezenas de países e deixando milhares de pessoas desempregadas em todo mundo reflete de maneira contrária em Monte Sião, no Sul de Minas. Na verdade, a recessão econômica tem funcionado como alívio e ajudado a impulsionar a economia do município de 19 mil habitantes, que vive quase que exclusivamente da produção de malhas retilíneas, mais conhecidas como o tricô. Segundo a Secretaria Municipal de Comércio e Indústria, o porque desse efeito contrário tem como principal motivo a queda da importação de produtos chineses.
O diretor da Secretaria Municipal de Comércio, Turismo e Cultura de Monte Sião, João Tadeu Dorta Machado, explica que as confecções da cidade tiveram um grande prejuízo nos anos de 2005 e 2006 com a concorrência das malhas chinesas que entraram no mercado brasileiro, a preços bem abaixo das nacionais. ;As mudanças na economia mundial e o aumento do dólar motivaram os grandes compradores desse tipo de vestuário a adquirirem as peças nacionais e a movimentar o mercado interno. As malharias estão investindo em fios de alta tecnologia e modelos diferenciados, com isso, vários estilistas de grifes brasileiras famosas têm apostado no tricô;, disse.
Herança da imigração italiana, a malharia retilínea é hoje a principal atividade econômica da cidade, onde são fabricados cerca de 25 milhões de peças ao ano. São 1,2 mil malharias distribuídas pela cidade e mais de 800 lojas, espalhadas pelas principais praças do município e que criam uma espécie de shopping do tricô a céu aberto