postado em 04/05/2009 19:11
As principais Bolsas dos Estados Unidos encerraram com ganhos o pregão desta segunda-feira (4/05). Os principais motivos foram as notícias positivas sobre o setor imobiliário e de construção no país, além da estimativa do Fed de que a crise econômica pode acabar ainda neste ano.
O índice Dow Jones Industrial Average, principal indicador da Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês), fechou o dia em alta de 2,61%, para 8.426,74 pontos, enquanto o índice ampliado S 500 subiu 3,39%, para 907,24 pontos. Na Bolsa tecnológica Nasdaq, o indicador Nasdaq Composite valorizou 2,58%, para 1.763,56 pontos.
Nesta segunda-feira, o presidente do Fed em Richmond (uma das 12 divisões regionais do BC americano), Jeffrey Lacker, a recessão nos EUA está enfraquecendo e pode acabar ainda neste ano. "Embora a atividade global ainda está se contraindo, agora parece que o ritmo de contração está diminuindo, e em algum momento ainda este ano a atividade vai bater no fundo do poço e começará a se expandir de novo", disse.
Lacker --que neste ano é um dos membros do Fed que votam nas reuniões do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês), que decide a taxa básica de juros americana-- disse ainda que a expectativa de preços ainda mostra um risco baixo, mas que a autoridade monetária não pode esperar muito para apertar a política monetária.
"O desafio para nós no Fomc será apertar nossa política em breve, quando surgir a recuperação (econômica), para evitar um aumento da inflação", disse. Apesar de ser um dos membros do Fomc mais afeitos a uma política monetária mais conservadora, disse não estar tão preocupado com a inflação e disse acreditar que ela está bem ancorada para ficar em cerca de 2% neste ano.
Dados econômicos
No setor de construção, os gastos tiveram leve alta em março, a primeira desde setembro de 2008, totalizando US$ 970 bilhões. Segundo o Departamento do Comércio, os gastos subiram 0,3% na comparação com o mês anterior, superando as expectativas de analistas, que previam uma queda de 1,5%.
O setor imobiliário viu as vendas pendentes de casas crescerem 3,2% em março, para 84,6 pontos. Este é o segundo mês consecutivo de alta no indicador, informou nesta quarta-feira a NAR (Associação Nacional dos Corretores de Imóveis, na sigla em inglês).
Houve também boas notícias da China: o setor manufatureiro registrou retomada em abril, como resultado direto da alta na demanda interna e nas exportações dos produtos chineses. O índice Purchasing Managers (PMI, na sigla em inglês) atingiu sua pontuação máxima em nove meses, de 50,1 em abril, ante 44,8 em março. Essa foi a primeira vez desde julho de 2008 que o indicador ficou acima de 50.
A estimativa é de que a economia da China se recupere no segundo trimestre de 2009 e registre crescimento de 7% no período, ante um crescimento de 6,1% de janeiro a março --o menor em dez anos. A estimativa foi divulgada nesta segunda-feira pelo Centro Nacional de Informação do país.
Teste dos bancos
Foi adiada para esta quinta-feira (7/05) a divulgação dos resultados da avaliação de resistência dos 19 maiores bancos do país. Mais cedo, a expectativa com a divulgação do teste elevou as ações do setor, mas a preocupação com a necessidade de novos empréstimos por parte das instituições diminuiu os ganhos.
Na semana passada, foi recomendado que Citigroup e Bank of America levantassem mais fundos para enfrentar a crise. Hoje, o jornal Financial Times noticiou que o Bank of America já se movimentava para tomar outros US$ 10 bilhões junto ao Fed.
Juntas, as duas instituições já conseguiram mais de US$ 45 bilhões em empréstimos federais. Procurados, representantes dos três bancos afirmaram que não pretendiam se pronunciar no momento.
O motivo para não revelar o resultado hoje foi o lobby dos bancos, que querem provar que estão saudáveis e não precisarão de mais verbas, a despeito das sugestões dos testes.
"O mercado já sabe que o Citi e o Bank of America estão na lista para buscar mais capital", afirmou Peter Cardillo, economista da Avalon Partners. "O mercado deve imaginar que os bancos conseguirão levantar fundos por sua própria conta e, se esse for o caso, (significa que haverá) menos interferência do governo --justamente o que os investidores querem."