Economia

FGV: inflação para baixa renda acelera a 0,73% em abril

;

postado em 06/05/2009 08:55
A inflação sentida pelas famílias mais pobres ganhou força no quarto mês deste ano. É o que mostra o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), calculado com base nas despesas de consumo das famílias com renda de um a 2,5 salários mínimos mensais (de R$ 465,00 a R$ 1.162,50), e que subiu 0,73% em abril, após avançar 0,51% em março, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (6/05) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com este resultado, a inflação acumulada pelo índice no ano até o mês passado é de 2,13%. Nos últimos 12 meses até abril, o avanço é de 6,27%. Na primeira comparação, o IPC-C1 foi superior à inflação medida para o mesmo período pelo Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), referente a famílias mais abastadas, com ganhos entre um e 33 salários mínimos (de R$ 465,00 a R$ 15.345,00), e que subiu 2,14% no mesmo período. Na comparação da taxa acumulada do índice da baixa renda em 12 meses até abril, o IPC-C1 também é mais elevado do que o apurado para o mesmo período pelo IPC-BR, que foi de 6,05%. Ainda segundo a FGV, o resultado de abril do IPC-C1, de 0,73%, foi quase o dobro da taxa mensal do IPC-BR para o mesmo mês, que teve alta de 0,47%. Produtos Reajustes nos preços de cigarros e de medicamentos foram os grandes responsáveis pelo avanço da taxa do IPC-C1, segundo a FGV. As taxas de inflação desses dois itens subiram, respectivamente, de 0,85% em março para 7,85% em abril; e de 0,29% para 2,55%, no mesmo período. Isso levou também ao avanço nas taxas de variações de preços das respectivas classes de despesas às quais esses dois produtos pertencem. No caso de cigarros, esse item impulsionou a taxa de inflação do grupo Despesas Diversas, que acelerou de 0,72% para 4,67%. Já o reajuste nos preços dos medicamentos contribuiu para o avanço de preços no grupo Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,76% para 1,53%). De acordo com a FGV, somente essas duas classes de despesa, entre as sete pesquisadas para cálculo do índice, contribuíram por mais de 90% do aumento registrado pela taxa do IPC-C1. Dos sete grupos usados para cálculo do indicador, quatro apresentaram elevação mais intensa de preços, ou fim de deflação, na passagem de março para abril. Além dos dois já citados, é o caso de Habitação (de 0,23% para 0,27%) e de Vestuário (de -0,18% para 0,39%). Já as outras classes de despesa apresentaram desaceleração ou queda de preços, no mesmo período. É o caso de Alimentação (de 0,87% para 0,85%); Educação, Leitura e Recreação (de 0,76% para 0,40%) e Transportes (de 0,04% para -0,01%).

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação