postado em 06/05/2009 16:12
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira (6/05) que a instituição está com uma posição neutra no mercado futuro de câmbio, devido às operações realizadas nos últimos dias para evitar uma forte queda do dólar.
Os contratos de dólar no mercado futuro são utilizados pelo BC para reforçar a sua atuação, nem que seja necessário mexer no dinheiro das reserva internacionais. Quando o dólar está subindo, o BC oferece ao mercado contrato no qual ele paga ao investidor a variação do dólar e recebe em troca uma taxa de juros. Quando o dólar cai, o BC faz o contrário, paga juros e recebe a variação do dólar. Com isso, o BC atrai os investidores para este tipo de operação, retirando os mesmo do mercado de dólar.
Segundo Meirelles, somente ontem, o BC comprou US$ 3,7 bilhões em contratos de câmbio nesse mercado. "O resultado hoje do BC é aproximadamente de equilíbrio. Com algumas operações que já fizemos, finalmente a de ontem, de US$ 3,7 bilhões, o BC zerou a sua posição no mercado futuro", disse Meirelles durante palestra realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
"Isso mostra uma mudança nos fluxos, que permitiu ao Banco Central equilibrar a sua posição. O Brasil é um dois poucos países que está tendo essa possibilidade", afirmou Meirelles.
No começo da crise, o BC tinha comprado US$ 22 bilhões no mercado futuro. Nos últimos meses, a instituição chegou a "vender" em contratos de dólar no valor de US$ 33 bilhões. Com isso, ficou "vendida" em US$ 11 bilhões. Este é o valor utilizado nas últimas semanas para segurar a queda do dólar.
Outras operações
Desde a piora da crise, o BC já vendeu US$ 14,5 bilhões em dólares das reservas internacionais, que hoje somam cerca de US$ 205 bilhões, no mercado de dólar à vista.
"Já paramos de vender no mercado à vista há muitas semanas. A razão disso foi uma normalização nesses mercados e uma melhora no fluxo", disse Meirelles.
Também foram "emprestados" US$ 24,5 bilhões em leilões de dólares --exportações, importações e outros direcionamentos. Nesse caso, US$ 12,9 bilhões já voltaram para as reservas, o que resulta em um empréstimo líquido de US$ 11,6 bilhões nessa modalidade.