postado em 07/05/2009 17:54
As Bolsas dos Estados Unidos fecharam em queda nesta quinta-feira (7/05), em um dia marcado pela cautela dos investidores com relação ao setor bancário. De olho na divulgação do teste para avaliar a resistência dos bancos americanos à eventual piora na crise, os investidores preferiram fugir dos riscos e o mercado ficou sujeito à variação dos negócios no setor tecnológico.
O índice Dow Jones Industrial Average, principal indicador da Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês), caiu 1,20%, para 8.409,85 pontos, enquanto o índice ampliado S 500 recuou 1,32%, para 907,39 pontos. Na Bolsa tecnológica Nasdaq, o indicador Nasdaq Composite puxou a queda, com desvalorização de 2,44%, para 1.716,24 pontos.
O baixo volume de negócios e o excesso de especulação na Nyse fez com que os investidores voltassem a atenção à Nasdaq. Ações de fabricantes de computadoras, empresas de softwares e companhias de internet recuaram, em média, 4% hoje.
A queda no lucro da americana Cisco Systems repercutiu nas Bolsas e funcionou como gatilho para as perdas desta quinta. Na noite de ontem, a empresa divulgou que obteve um lucro líquido de US$ 5,053 bilhões nos nove primeiros meses do ano fiscal, 16,31% a menos que um ano atrás, segundo dados divulgados hoje pela empresa.
A preocupação do dia foi a divulgação do resultado dos "testes de estresse" dos 19 maiores bancos do país --que estavam marcados para virem a público somente após o fechamento do mercado.
Avaliando cenários para um eventual aprofundamento da recessão da economia americana, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) recomendou que a maioria dos bancos levante mais verbas para enfrentar uma piora na recessão.
Entre os bancos que precisarão de mais dinheiro estão o Bank of America e o Citigroup --os dois maiores bancos do país. No outro grupo estão JPMorgan Chase, American Express, Bank of New York Mellon e Goldman Sachs, entre outras.
Hoje, o presidente do Fed, Ben Bernanke, defendeu que os reguladores devem melhorar não só a supervisão de bancos individuais, mas também a do sistema financeiro como um todo, para evitar futuras crises financeiras.
Alívio na recessão
Nem notícias positivas, que apontam para um alívio da recessão econômica no país, animaram os investidores. Foi divulgado hoje que os pedidos iniciais de seguro-desemprego chegaram ao menor nível desde janeiro, enquanto os dados de vendas do varejo vieram melhores que o esperado pelos analistas.
O Departamento de Trabalho dos EUA informou que a cifra total de solicitações encolheu para 601 mil na semana passada (até o dia 2), bem abaixo da estimativa de 635 mil prevista por economistas dos bancos e corretoras.
O número de favorecidos, no entanto, atingiu a casa dos 6,35 milhões, número recorde pela 14° semana consecutiva. No setor varejista, as vendas da gigante Wal-Mart no conceito mesmas lojas --que conta apenas as vendas nas unidades com ao menos um ano de funcionamento-- subiu 5%, muito mais que os 2,9% previstos.