postado em 08/05/2009 21:17
Os ministros de Economia de sete países sul-americanos, entre eles o Brasil, firmaram hoje em Buenos Aires o acordo definitivo para criar o Banco do Sul.
O encontro também serviu para que a Argentina e Brasil fechassem um acordo para a elaboração de um sistema de reforço de suas reservas em moeda estrangeira diante da crise global.
"Fechamos todos os pontos pendentes", anunciou o responsável pela pasta de Economia da Argentina, Carlos Fernández, em entrevista coletiva concedida junto com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Os dois ministros concordaram que o acordo de Buenos Aires foi a melhor resposta à crise global, motivo pelo qual defenderam que o Banco do Sul inicie suas atividades "o mais rápido possível", como disse o argentino, para conseguir "a integração financeira", segundo Mantega.
Fernández esclareceu que agora falta uma revisão técnica dos estatutos da entidade financeira regional e que sua criação seja aprovada pelos Parlamentos dos sete países fundadores --além de Brasil e Argentina, são eles Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
Os ministros também anunciaram um acordo pelo qual Brasil e Argentina farão uma troca de divisas em moeda local no valor de US$ 1,5 bilhão, por meio do qual pretendem reforçar seus sistemas monetários em caso de emergência.
O Brasil é um dos 15 países que assinou acordos similares com o Federal Reserve (Fed, banco central americano) e, segundo Mantega, o país está disposto a firmar pactos do mesmo porte com o resto dos sul-americanos.
"Estes créditos recíprocos podem ser usados como tais ou podem ser mantidos como reserva monetária, como fez o Brasil quando recebeu US$ 30 bilhões do Fed", explicou.
O ministro deu a entender que os fundos intercambiados com a Argentina serão "de livre disponibilidade", ou seja, que poderão ser usados para reforçar as reservas monetárias ou com fins financeiros.
Fernández relatou que o início do acordo monetário com o Brasil, no mecanismo chamado "swap de moedas", será analisado por técnicos dos dois países na semana que vem.
Segundo Mantega, Brasil e Argentina estão se "reforçando mutuamente" devido ao fato de que a crise global diminuiu o acesso ao crédito para as nações em desenvolvimento.