Economia

Brasil e Argentina acertam conversão de moedas para fundo de emergência

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postado em 08/05/2009 21:19
Brasil e Argentina determinaram a conversão de divisas em moeda local no valor de US$ 1,5 bilhão, para reforçar a posição de reservas de cada país para um caso de emergência, informaram nesta sexta-feira, em Buenos Aires, os ministros da Economia argentino, Carlos Fernández, e brasileiro, Guido Mantega. A implementação deste mecanismo, denominado "swap de moedas", será analisada por técnicos dos dois países na próxima semana, disse Fernández, ao fazer o anúncio ao lado do ministro brasileiro em Buenos Aires. "Queremos reforçar uns aos outros", ressaltou Mantega, ao destacar que o Brasil quer acertar sistemas similares com os outros países sul-americanos. "Isto vai reforçar a posição financeira de cada país e da região, além de servir para reduzir a taxa de risco-país", disse Mantega. A operação consiste em que cada um dos bancos centrais abra uma conta em moeda local do outro país no equivalente a US$ 1,5 bilhão, como já fizeram o Brasil com os Estados Unidos e a Argentina com a China com valores superiores. Fernández destacou que a ideia é iniciar "um mecanismo simples, com operabilidade por meio dos bancos centrais" de Argentina e Brasil. Mantega defendeu a "integração financeira" da região para enfrentar a crise global, que restringe o acesso dos países ao crédito. "Estes créditos recíprocos podem ser usados como tais ou se manter como reserva monetária, como fez o Brasil quando recebeu US$ 30 bilhões" do Federal Reserve (Fed, banco central americano), disse o ministro brasileiro. Segundo Mantega, a linha de crédito poderá estar operacional "em duas ou três semanas" já que é de "relativa fácil aprovação" e não necessita votação parlamentar. Argentina e Brasil adotaram um acordo bilateral para o comércio em moeda local, mecanismo que beneficia principalmente as pequenas e médias empresas pela economia na intermediação de divisas com o dólar. Os ministros fizeram o anúncio durante entrevista à imprensa ao final de uma reunião de ministros da Economia dos sete países sul-americanos que aderiram ao Banco do Sul (Argentina, Brasil, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela).

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