Economia

Custo de uma mesma cesta de produtos pode variar até 80,6% no DF

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postado em 12/05/2009 09:45
A compra mensal para abastecer a cozinha do brasiliense deve ser feita após muita pesquisa. O custo de uma mesma cesta de produtos pode variar até 80,6% dependendo do local escolhido. Em Taguatinga a mesma cesta de 54 itens de alimentação, limpeza e higiene pode custar R$ 383,31 em um supermercado e R$ 692,44 em outro, segundo o Índice de Custo de Vida do Distrito Federal referente a abril, divulgado ontem pelo Curso de Ciências Econômicas da Universidade Católica de Brasília (UCB). A conclusão é simples e antiga: pesquisar faz bem ao bolso, pois no exemplo citado, o consumidor economizaria 44,64%. De uma região para outra a variação também é grande. Um morador da Ceilândia, por exemplo, paga, em média, R$ 354,31 pelos produtos. Para adquirir os mesmos itens, o consumidor que mora em Taguatinga gasta R$ 390,676, o do Guará, R$ 429,23, e o do Plano Piloto, R$ 427,49 ; o índice considera apenas as três cidades e as asas Sul e Norte. Os reajustes praticados pelos supermercados de cada região também são diferenciados. A população do Plano e do Guará teve que arcar com aumentos de 16% nos últimos 12 meses, enquanto o valor da cesta adquirida em Ceilândia ficou praticamente estável desde abril do ano passado (0,89%). ;À medida que se afasta do Plano Piloto, o preço começa a cair. Para achar o melhor, é preciso bater perna e isso acaba contribuindo para o valor elevado no Plano, que tem renda mais elevada. Uma pessoa que ganha menos tem mais incentivo para pesquisar e já quem ganha mais prefere comodidade. E comodidade tem um preço: você acaba pagando mais caro;, afirma o professor do Curso de Ciências Econômicas da UCB José Carneiro da Cunha Oliveira Neto, um dos coordenadores do índice. A pesquisa dentro da mesma região deve ser ainda mais cautelosa, se o consumidor quiser garantir o menor valor. No Guará e em Ceilândia a mesma cesta de produtos pesquisada pela Católica chegou a variar 66% de um supermercado para outro. No Plano Piloto os preços variaram até 68% e em Taguatinga, 80%. Em cada uma das regiões foram pesquisados, no mínimo, três estabelecimentos. Os preços variam porque os empresários têm custos diferentes e utilizam estratégias diferenciadas para captar o cliente, segundo o superintendente da Associação de Supermercados de Brasília (Asbra), Antônio Tolentino Neto. ;Num local como o Plano Piloto em que o metro quadrado onde está o supermercado é muito caro, o empresário tem que repassar o custo para o produto;, exemplifica. Atração Além disso, de acordo com ele, pesam também as estratégias utilizadas por cada empresa para vender em um mercado em que a disputa é grande. ;Antigamente o empresário determinava o lucro em cima do preço do produto, hoje tem que lidar com a concorrência e quem determina o preço é o mercado. O lucro tem que vir do mix de produtos, ele tem que determinar que tipo de promoção fará em cada região para atrair clientes;, afirma Tolentino. Como exemplo ele cita um estabelecimento que dá descontos nos produtos de mercearia para atrair clientes à loja e outro que usa os produtos da cesta básica de alimentos como fator de atração. ;Depois que o cliente já está na loja ele acaba comprando tudo no mesmo local, então o lojista ganha no mix, a margem que ganhou no resto compensa o que deixou de ganhar nos itens promocionais. É a livre concorrência;, completa. Os reajustes de preços também variam de acordo com a região. Nos últimos 12 meses o Guará e o Plano Piloto, onde estão concentrados os valores mais altos para a cesta, também foram os locais que tiveram maiores reajustes. Somente em abril, em relação a março, os produtos pesquisados ficaram, respectivamente, 4,50% e 2,32% mais caros. Em Taguatinga eles sofreram uma redução de preços de 1,48% e em Ceilândia, de 2,11%. Ouça entrevista: José Carneiro da Cunha Oliveira Neto, professor do Curso de Ciências Econômicas da UCB, um dos coordenadores do índice

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