postado em 13/05/2009 14:31
As principais Bolsas de Valores da Europa fecharam em queda pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira (13/5), puxadas pelas perdas do setor bancário. No mercados da região, as notícias que preocuparam os investidores foram o prejuízo do grupo de seguros holandês ING e a perspectiva de queda de 4,5% da economia do Reino Unido neste ano.
A Bolsa de Londres caiu 2,13% no índice FTSE 100, indo para 4.331,37 pontos; a Bolsa de Paris recuou 2,42% no índice CAC 40, para 3.152,90 pontos; a Bolsa de Amsterdã registrou perdas de 2,01% no índice AEX General, indo para 250,19 pontos; a Bolsa de Frankfurt desvalorizou 2,61% no índice DAX, indo para 4.727,61 pontos; a Bolsa de Milão perdeu 3,91% no índice MIBTel, indo para 15.344 pontos; e a Bolsa de Zurique teve queda 1,28%, indo para 5.277,37 pontos no índice Swiss Market.
O Banco da Inglaterra divulgou nesta quarta-feira que o PIB (Produto Interno Bruto) britânico sofrerá uma forte contração antes de se recuperar a partir de 2010. A economia do Reino Unido teve queda de 1,5% no primeiro trimestre de 2009.
Na divulgação da perspectiva, Mervyn King, governador (diretor) do banco central britânico, jogou mais dúvida sobre a recuperação econômica do país. "A economia vai melhorar, mas o processo pode ser lento", afirmou. "Há razões sólidas para supor que haverá uma recuperação no ano que vem, mas também há motivos para se perguntar se será sustentada." Más notícias sobre o setor bancário também puxaram os mercados na Holanda e na Alemanha. O governo alemão aprovou um projeto de resgate dos bancos com problemas financeiros no país, a fim de retomar a circulação de crédito no país.
A medida prevê a criação de instituições para absorver os ativos podres que comprometem o futuro dos bancos. Pela proposta, os ativos tóxicos serão congelados e absorvidos por "bancos podres" ("bad banks"). A medida, que tem previsão de começar a vigorar a partir de julho, ainda precisa ser aprovado pelo parlamento.
Já o grupo de bancos e seguros ING divulgou que teve um prejuízo líquido de 793 milhões de euros (US$ 1,08 bilhão) no primeiro trimestre de 2009, frente ao lucro de 1,54 bilhão de euros (US$ 2,1 bilhões) obtido no mesmo período do ano anterior.
O lucro líquido do setor bancário da companhia subiu para 519 milhões de euros, enquanto a divisão de seguros sofreu uma perda líquida de 824 milhões de euros. As ações do setor financeiro registraram fortes quedas, com destaque para os papéis da ING (-11,9%) e UBS (-10,1%). Ações de mineradoras seguiam a mesma trajetória de queda, puxadas pela queda de 5,9% dos papéis da Rio Tinto.
"Não podíamos esperar que os mercados continuassem na mesma direção [de alta registradas nas semanas passadas]", afirmou David Buik, analista da BGC Partners. "Os resultados estão ruins dadas as situação negativa do setor financeiro."