postado em 13/05/2009 16:47
A Polícia Federal no Rio Grande do Sul informou na tarde desta quarta-feira (13/05) que cumpriu todos os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão da Operação "M". A ação foi deflagrada na manhã de hoje para desarticular uma quadrilha que montou uma pirâmide financeira no Estado ao longo de cinco anos com um valor que pode chegar a R$ 2 bilhões.
A pirâmide começou a ruir no segundo trimestre por causa da crise, segundo a PF gaúcha. Investidores que preferiram se retrair diante do cenário ruim tentaram resgatar os recursos, mas não conseguiam. Em fevereiro deste ano, um dos investidores lesados denunciou o esquema para a PF, que a partir daí iniciou as investigações.
Segundo a PF, uma mulher com experiência no mercado financeiro comandava o esquema. Ela era a responsável pela captação dos recursos, feita de forma ilegal porque não possuía autorização do Banco Central para operar como uma instituição financeira.
Situação parecida viveu o financista americano Bernard Madoff, 70, que em dezembro do ano passado foi preso por comandar uma pirâmide financeira que pode ter chegado a US$ 65 bilhões --trata-se da maior fraude financeira da história. Seu esquema quebrou após os clientes tentarem fazer os resgates e não conseguirem. A fraude de Madoff foi a principal inspiração para o nome da operação da PF.
O principal problema da pirâmide financeira é que, no caso do número de clientes do esquema se estabilizar ou recuar, o esquema entra em colapso porque há mais saques do que depósitos. Neste caso, quem participa dela acaba ficando sem os recursos.
O esquema começou a ser montado há cerca de cinco anos, baseado na promessa de rendimentos que variavam entre 3% e 8% ao mês --bem maiores do que os usualmente pagos pelas instituições financeiras.
"Há uma grande quantidade de pessoas lesadas na sociedade gaúcha, desde pequenos investidores que se desfizeram de bens e economias para realizar a aplicação até grandes empresas", informou a PF em comunicado.
Além do crime de operar instituição financeira sem autorização, os quatro suspeitos --a líder, mais uma mulher e dois homens-- responderão ainda por formação de quadrilha, estelionato, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem passar dos 30 anos de reclusão.