postado em 13/05/2009 17:49
Os investidores deram continuidade ao movimento de realização de lucros (venda de ações muito valorizadas) na jornada desta quarta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Analistas acreditam que ainda há "gordura para queimar" nos próximos pregões, principalmente por conta da agenda econômica pesada do restante da semana. A taxa de câmbio encerrou o dia a R$ 2,10.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, recuou 3,27% no fechamento, aos 48.679 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,99 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em baixa de 2,18%.
"O mercado julgou que houve otimismo demais e havia um exagero com o ganho acumulado da Bolsa neste ano. Não houve nenhuma grande novidade nesses últimos dias para justificar o que aconteceu na semana passada, principalmente quando há expectativas de que as empresas vão entregar resultados muito menores do que o ano passado", avalia Ivanor Torres, analista da corretora gaúcha Geral. "A economia vai andar devagar, as empresas vão cortar investimentos e o desemprego vai aumentar. Neste ano, não tem jeito", acrescenta.
O dólar comercial foi vendido por R$ 2,106, o que representa um acréscimo de 1,83% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 338 pontos, número 4,32% acima da pontuação anterior.
Os preços da moeda americana subiram em dia de poucos negócios, e com uma nova intervenção do Banco Central, que voltou a comprar moeda.
"Acho que muitas das pessoas que falavam em dólar a R$ 1,90 na semana passada, provavelmente hoje já têm uma opinião diferente. A taxa de R$ 2,00 parece ser um patamar psicológico muito difícil de romper. Além disso, o Banco Central voltou a atuar de uma forma que a gente não via há alguns meses, mostrando, na minha opinião, que o governo está preocupado com a questão dos exportadores", comentou Luiz Fernando Moreira, profissional da mesa de operações da corretora Dascam.
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA revelou que as vendas do setor varejista caíram 0,4% em abril, sucedendo uma retração de 1,3% em março. Economistas do setor financeiro esperavam estabilidade. Ainda nos EUA, a consultoria RealtyTrac revelou que o número de pessoas que receberam ao menos uma notificação de despejo cresceu 32% em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado. A produção industrial na zona do euro teve queda de 2% em março, segundo a Eurostat (órgão de estatísticas da UE). A retração foi ainda pior que o esperado por analistas, que projetavam declínio de 1%, no máximo. Empresas.
A construtora Cyrela registrou lucro líquido de R$ 100,5 milhões no primeiro trimestre de 2009, com avanço de 46,6% sobre os R$ 68,5 milhões obtidos no mesmo período do ano anterior. Ontem à noite, O lucro líquido da administradora da BM Bovespa no primeiro trimestre deste ano teve uma queda de 1,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, ficando em R$ 227 milhões (R$ 0,11 por ação).