Economia

Especialistas desaconselham manter saldo maior que R$ 50 mil na caderneta

;

postado em 14/05/2009 08:27
Os especialistas em finanças pessoais foram unânimes ontem em desaconselhar a manutenção de saldos superiores a R$ 50 mil na caderneta de poupança, limite de isenção do pagamento de Imposto de Renda (IR) a partir do ano que vem, caso as alterações propostas ontem sejam aprovadas pelo Congresso. As receitas podem variar um pouco, mas seguem sempre o caminho da diversificação dos investimentos. Dividindo suas economias em várias modalidades, os aplicadores podem fugir da cobrança do tributo sobre a poupança, montar uma carteira com maior rentabilidade, diluir os riscos e até ganhar mais prestígio diante do banco em que é cliente. ;Um investidor deve ter, no máximo, R$ 30 mil na poupança. Mais do que isso é loucura. A classe média que conseguiu amealhar uma economia razoável tem quase a obrigação de diversificar seus investimentos;, diz o consultor Marcos Crivelaro. Ele aconselha a aplicação em fundos de renda fixa e até mesmo nos pouco conhecidos fundos multimercados, que colocam 70% de seus recursos em títulos públicos e 30% em ações. ;Eu conheço um professor universitário que tem R$ 120 mil na poupança. Ele diz que não entende de finanças e não tem tempo. Isso não é desculpa aceitável.; Segundo Crivelaro, pessoas mais conservadoras não tiram todo o dinheiro da poupança de jeito nenhum. Mas os que aceitam um pouco mais de risco e não precisam dos recursos por um período de pelo menos um ano podem tentar os fundos de ações. O consultor sugere que os trabalhadores mantenham todos os investimentos num único banco. Com as economias numa instituição só, o cliente pode conseguir maior rentabilidade nas aplicações e um melhor tratamento. Para ele, pulverizá-las em vários bancos diferentes não é um bom negócio. O consultor Claudio Carvajal afirma que as aplicações dependem do perfil do investidor. Para ele, os mais conservadores devem manter o teto de R$ 50 mil na poupança, obtendo a segurança própria da modalidade. ;Faça chuva ou faça sol, a poupança deve ter uma rentabilidade média garantida de 6,8% ao ano. Para quem poupa pouco, não é de se desprezar;, afirma. Do que restar de suas economias, pelo menos 20% deveriam ser aplicados em ações ou fundos de ações por dois anos. Carvajal calcula que, nesse período, as bolsas de valores vão se recuperar e apresentar bons ganhos. Os restantes 80% devem parar nos fundos de renda fixa. O economista Roberto Piscitelli, professor da UnB, acredita que o governo causou ;um pânico muito grande; na população ao demorar a anunciar o que faria com a rentabilidade da poupança. Isso se refletiu no movimento dos investidores, que mais tiraram do que depositaram dinheiro nas cadernetas nos últimos meses. ;Essa medida vai atingir muito pouca gente. Quem tem mais de R$ 50 mil investidos não é pequeno poupador. Para os pequenos de fato, a melhor recomendação é: não façam nada. Deixem seu dinheiro na poupança. Ela continuará oferecendo rentabilidade e segurança. Futuramente, eles poderão avaliar se vale a pena ou não migrar para outro tipo de investimento;, diz. Duas opiniões Como aplicar Conselhos do consultor financeiro Marcos Crivelaro # O pequeno poupador não precisa tirar o dinheiro da caderneta de poupança. A mudança nas regras não vai afetá-lo. # Os trabalhadores que dispõem de mais recursos não devem nunca deixar mais do que R$ 30 mil na poupança. Esse já é um volume muito grande para uma aplicação com essa rentabilidade. # Mesmo que queira deixar algo na poupança, a classe média deve diversificar os investimentos. Boas opções são os fundos de renda fixa e os fundos de multimercados, que aplicam 70% dos recursos em títulos do governo e 30% em ações. # Os investimentos devem ser concentrados num único banco e não pulverizados entre muitos. Isso garante uma maior rentabilidade nas aplicações, o oferecimento de produtos diferenciados e um tratamento melhor para o cliente. Conselhos do consultor financeiro Claudio Carvajal # Os aplicadores muito conservadores devem manter até o teto de R$ 50 mil na poupança, diversificando eventuais excedentes em outros investimentos para fugir da nova tributação. Essa parcela na poupança gera segurança para o investidor. # Do que restar, pelo menos 20% devem ser aplicados em ações ou fundos de ações. Mas só se o trabalhador não for precisar do dinheiro pelos próximos dois anos, período em que o consultor prevê a recuperação total das bolsas de valores. # Os restantes 80% devem ir para os fundos de renda fixa.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação