postado em 15/05/2009 17:49
As nove semanas de ganhos acumulados da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) contribuíram para que os investidores disparassem ordens de venda ao longo dos últimos dias. Não foi diferente no pregão desta sexta-feira, principalmente sob influência de notícias bastante desfavoráveis sobre a economia europeia e mais uma rodada de balanços com lucros menores ou prejuízos de algumas das principais companhias do país. A taxa de câmbio teve alta moderada e encerrou o dia em R$ 2,11.
Na semana, a Bolsa teve queda de 4,65%, enquanto a taxa de câmbio subiu 2,03% no mesmo período.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, recuou 0,89% no fechamento, descendo para os 49.007 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,13 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em baixa de 0,75%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 2,110, em alta de 1,34%. A taxa de risco-país marca 331 pontos, número 0,30% abaixo da pontuação anterior.
"A Bolsa somente passou por uma realização normal nesta semana. Houve um grande fluxo de investimentos estrangeiro (nas últimas semanas), o que ajudou a Bolsa a subir, e era até natural que isso acontecesse", comenta Márcio Cardoso, da mesa de operações da corretora Título. "Tem muita gente dizendo que a Bolsa ainda deve cair mais. A verdade é que tem gente esperando as ações caírem para entrar comprando", avalia.
Entre as principais notícias do dia, o PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro teve retração de 2,5% no primeiro trimestre. Os 16 países que utilizam a moeda única registraram seu quarto trimestre consecutivo de queda da atividade. Somente a Alemanha, maior economia do continente, sofreu sua pior contração em 40 anos. O Fed (Federal Reserve, o banco central americano) anunciou que a produção industrial teve queda de 0,5% em abril. Na comparação dos 12 meses, a retração do setor é de 12,5%.
Ainda nos EUA, o Departamento do Trabalho revelou que a inflação medida pelo CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) ficou estável no mês de abril. Economistas esperavam deflação de 0,6% para o período. A sondagem da Universidade de Michigan mostrou que houve melhora no nível de confiança do consumidor americano na economia nacional: o indicador de opinião pública fechou o mês em 67,9 pontos, subindo 2,8 pontos sobre abril. O dado também ficou acima do esperado pelos analistas do setor, que apostavam em 67 pontos.
Na Ásia, o Ministério do Comércio chinês informou que o volume de investimento estrangeiro caiu pelo sétimo mês consecutivo, com uma retração de 22,5%.
Empresas
A VCP (Votorantim Celulose e Papel) anunciou ontem à noite que teve prejuízo de R$ 6 milhões no primeiro trimestre do ano, ante um lucro de lucro de R$ 110 milhões em idêntico período de 2008. A ação preferencial subiu 1,84%.
Também ontem à noite outras três grandes empresas nacionais revelaram seus resultados do primeiro trimestre: Gol, Sadia e Perdigão. A companhia aérea registrou lucro líquido de R$ 61,4 milhões no primeiro trimestre deste ano, ante perdas de R$ 20,5 milhões no início de 2008. Já a fabricante de alimentos Sadia contabilizou um prejuízo líquido de R$ 239,169 milhões no primeiro trimestre deste ano, ante lucro de R$ 248,266 milhões no mesmo período do ano passado. A ação preferencial da Gol teve ganho de 2,27%, enquanto a ação da fabricante de alimentos cede 4,53%.
A rival Perdigão não mostrou resultados muito melhores e mostrou perdas de R$ 226 milhões de janeiro a março de 2009, ante lucro de R$ 51 milhões no mesmo período de 2008. A ação ordinária da companhia perdeu 1,56%.
À beira de uma concordata, a GM (General Motors) confirmou que vai fechar cerca de 40% de suas concessionárias, ou 2.400 pontos de venda, até o final de 2010, como parte de sua estratégia de reestruturação. Somente neste ano serão 1.100 pontos de venda.