Economia

Faturamento da indústria do DF cresce 12,9% mesmo com crise

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postado em 18/05/2009 21:33
A Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) divulgou nesta segunda-feira (18/05) que o faturamento da indústria local cresceu 9,02% em março frente ao mês de fevereiro, e 12,9% com relação ao mesmo mês do ano passado, apesar da crise econômica. O crescimento acumulado dos três primeiros meses deste ano face ao mesmo período de 2008, no entanto, registrou recuo de 0,94%. Os dados fazem parte da 65ª pesquisa Indicadores de Desempenho da Indústria do DF, realizada pela Fibra em parceria com o Insituto Euvaldo Lodi (IEL). O presidente da Fibra, Antônio Rocha, acredita que a alta nos negócios em março pode ser encarada como "um ensaio na recuperação das vendas após o recuo contabilizado nos meses anteriores". "Na prática, trata-se de um sinalizador de recuperação para os próximos meses levando em consideração, além disso, fatos já concretizados como o fundo garantido e a desoneração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que tem impacto imediato nos setores industriais. Ao mesmo tempo, aguardamos com bastante expectativa a aprovação do cadastro positivo no Congresso e a sanção, se possível sem vetos, da MP 449 por parte do presidente Lula;, avaliou Rocha. O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) consiste em R$ 4 bilhões destinados a crédito para empresas, a ser obtido por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Já a medida provisória 449 prevê o perdão de dívidas fiscais. Atividades De acordo com a pesquisa de desempenho da indústria relativa a março, o aumento de 12,90% do faturamento naquele mês comparado ao mesmo período de 2008, houve influência em seis das oito atividades pesquisadas. Os destaques nesta base comparativa ficaram com os segmentos de tecnologia da informação ( 53,09%), edição e impressão ( 21,82%) e alimentação ( 12,27%). O resultado específico de TI, segundo a pesquisa, refere-se à concentração recebimentos por vendas feitas anteriormente. Deste modo, acabou fragilizando a base comparativa. A análise do desempenho das vendas no primeiro trimestre (recuo de 0,94% frente ao mesmo período de 2008) teve interferência negativa em quatro das oito atividades industriais que englobam a pesquisa. As maiores contribuições para esta diminuição no período foram: tecnologia da informação (-14,37%), outras indústrias (-13,61%) e reparação de veículos (-14,37%). É importante destacar que este conjunto de atividades representa 42% do resultado global do indicador. Construção civil O faturamento da construção civil teve uma das maiores expansões no mês de março frente ao mês anterior: 45,57%. Embora os analistas econômicos alertem que a base comparativa fica desequilibrada por causa da quantidade de dias úteis (22 em março contra 18 em fevereiro), fica patente o crescimento quando se verifica os números de março de 2008. Frente àquele mês, o faturamento do setor teve crescimento de 46,29%. Pessoal empregado Os pesquisadores levantaram também o comportamento do emprego industrial. Em março, o quadro de pessoal empregado recuo 0,28% frente ao mês de fevereiro deste ano. Tratou-se do segundo mês consecutivo de declínio, porém, com impacto menor se comparado ao registrado em fevereiro frente a janeiro: -1,30%. O freio na queda de emprego pode ser entendido com um indicativo de recomposição gradativa do nível do emprego industrial na capital brasileira. Os técnicos apontam que, num processo de retomada da atividade industrial, o emprego é a última atividade a se recuperar. Quando se observa a base comparativa março/2009 e março/2008, conclui-se uma expansão de 4,29% no quadro de pessoal. As atividades de alimentação ( 6,73%) e reparação de veículos ( ,62%) foram as que mais contribuíram para que se alcançasse este resultado. Houve também um resultado positivo na relação primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2008. O aumento ficou em 3,84% com influência também nos segmentos de alimentação ( 8,71%) e reparação de veículos ( 2,62%). Porém, o setor de construção civil não teve um resultado positivo na oferta de mão-de-obra. As indústrias apresentaram recuo de 2,57% no quadro de pessoal em março comparado com fevereiro deste ano. Frente a março de 2008 a diminuição foi um pouco menor: -0,66%. Mas, diferente do comportamento em outros setores, os três primeiros meses de 2009 registraram expansão de 4,02% no item pessoal empregado comparado com o primeiro trimestre de 2008. Capacidade instalada O parque industrial do DF teve um comportamento melhor em março frente ao mês anterior. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) apresentou aumento de 1,08 ponto percentual e operou com a média de 65,62%. Porém, a comparação com março de 2008 o resultado ficou negativo: -0,26 ponto percentual. Houve também recuo de 0,59 ponto percentual na comparação entre o primeiro trimestre de 2009 com o mesmo trimestre do ano passado. Já a indústria da construção civil operou com 66,02% da capacidade instalada, taxa um pouco inferior aos 67,05% apurada em fevereiro. No entanto, a situação se inverte na comparação entre março 2009/março 2008: 7,17 pontos percentuais. Porém, quando se compara o primeiro trimestre de 2009 com o primeiro trimestre de 2008, apurou-se uma queda de 6,76 ponto percentual. » Áudio: ouça Antônio Rocha, presidente da Fibra, em entrevista à reporter Mariana Flores

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