postado em 19/05/2009 18:06
Ordens de venda disparadas nas últimas horas do pregão desta terça-feira fizeram a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechar com perdas modestas, acompanhando de perto a Bolsa de Nova York. O bom humor do mercado com as notícias de bancos americanos devolvendo parte dos recursos federais não durou. Amanhã, a agenda econômica ganha importância, com a divulgação da ata do Fomc (o "Copom" americano). A taxa de câmbio cedeu para R$ 2,03, apesar de nova intervenção do Banco Central.
O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, cedeu 0,23% no fechamento e alcançou os 51.346 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,62 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York perdeu 0,34%.
O dólar comercial foi negociado por R$ 2,035, em um recuo de 1,97% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 310 pontos, número 2,82% abaixo da pontuação anterior.
Somente neste mês, a cotação do dólar já desvalorizou 6,69%. No ano, o desconto chega a 12,81%. "Há uma série de motivos que podem explicar essa queda do dólar, mas o principal motivo é o grande fluxo de recursos externos, principalmente por conta da Bolsa. A Bovespa está batendo os seus 50 mil pontos diários e está se tornando um ponto de investimento para os investidores externos", comenta Tiago Cassimiro, da mesa de operações da corretora Guitta.
Entre as principais notícias do dia, a Sadia e a Perdigão confirmaram notícia adiantada pela Folha sobre a fusão entre as duas maiores fabricantes de alimentos do país. Segundo o comunicado ao mercado, o acordo foi aprovado pelos Conselhos de Administração das duas empresas e ainda precisa passar por adesão dos acionistas de ambas.
As ações das duas empresas, que foram negociadas com fortes altas enquanto havia somente notícias esparsas das negociações, tiveram quedas no pregão desta terça-feira. A ação preferencial da Sadia retraiu 5,05% enquanto a ação ordinária da Perdigão teve baixa de 6,36%.
EUA
Nos EUA, o Departamento de Comércio afirmou que a construção de casas e apartamentos teve queda de 12,8% em abril, para uma cifra total de 458 mil unidades, abaixo da cifra total de 530 mil projetada por economistas do setor financeiro. Trata-se do nível mais baixo desde 1959.
O mercado reagiu favoravelmente às notícias de que algumas instituições bancárias começam a devolver recursos federais recebidos em meio à pior fase da crise dos créditos "subprime".
Dois dois maiores bancos dos Estados Unidos, o Goldman Sachs e o Morgan Stanley, enviaram ao governo americano uma proposta para devolver até US$ 20 bilhões dos empréstimos concedidos.
A ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) deve monopolizar as atenções de analistas e investidores amanhã, a partir das 15h (hora de Brasília). Para analistas, o mais importante deste documento será a revisão das projeções para a economia americana nos próximos anos.