Economia

Bovespa fecha em queda de 0,20%, aos 51.245 pontos

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postado em 20/05/2009 17:43
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) repetiu o roteiro visto ontem: as ações foram negociadas com valorização durante a maior parte do dia mas, perto do fim do pregão, ordens de venda deixaram o Ibovespa, o principal índice do mercado. No pico do dia, no entanto, a Bolsa chegou a zerar as perdas acumuladas desde o início da pior fase da crise mundial. A taxa de câmbio continuou a desvalorizar, retrocedendo para R$ 2,02, o menor preço da moeda americana desde outubro de 2008. O termômetro da Bolsa, o índice Ibovespa, recuou 0,20% no fechamento, aos 51.245 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,38 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em baixa de 0,62%. O dólar comercial foi vendido por R$ 2,027, em baixa de 0,39%. A taxa de risco-país marca 316 pontos, número 1,93% acima da pontuação anterior. Marco Aurélio Barbosa, analista-chefe da corretora Coinvalores, ressalta que as "esperanças" dos investidores sobre a recuperação da economia mundial não se concentram em 2009, mas sobre 2010. "O mercado está vislumbrando uma melhora dos indicadores no ano que vem. Para 2009, todo mundo já considera um "ano perdido´, com crescimento zero e tudo mais", afirma. "O mercado trabalha por antecipação. No final do ano passado, muita gente esperava que 2009 seria um ano ainda pior, inclusive com depressão global. A Bolsa somente voltou para os 50 mil pontos porque esse cenário mais negativo não se concretizou. O analista da Coinvalores considera que a Bolsa pode continuar em franca recuperação nos próximos meses. Tudo depende de que prossiga forte fluxo de dinheiro estrangeiro para a Bovespa já visto desde fevereiro, pelo menos. "Os riscos que nós vemos estão todos "lá fora´. Se o mercado tiver alguma desconfiança sobre os testes de estresse já feitos nos bancos americanos, o que não parece provável agora, pode estragar as expectativas mais positivas. E se a "nuvem negra´ que nós vemos em 2009 contaminar 2010, aí sim, nós poderemos ter um refluxo bem violento", conclui. Fed Entre as principais notícias do dia, o Federal Reserve (banco central dos EUA) reduziu ainda mais suas previsões para o desempenho da economia local em 2009. Segundo os membros do Fed, o PIB americano terá um recuo entre 1,3% e 2% - na previsão anterior, a perda oscilaria entre 0,5% e 1,3%. O rebaixamento das projeções já era esperado por economistas do setor financeiro. E o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, informou que os bancos americanos devem devolver US$ 25 bilhões até 2010 dos bilhões de dólares em ajuda federal aplicados para sobreviver à crise dos créditos "subprimes". Ainda nos EUA, a entidade privada americana MBA (Mortgage Bankers Association) revelou que a demanda por empréstimos hipotecários cresceu 2,3% na semana encerrada no último dia 15. Na Europa, o Instituto Nacional de Estatística informou que a economia espanhola teve retração de 3% no primeiro trimestre deste ano, o pior resultado desde 1970. Ontem à noite, o governo japonês informou que o PIB (Produto Interno Bruto) nacional sofreu contração de 4% no primeiro trimestre de 2009 e 15,2% nos 12 meses (março de 2008 a março de 2009). Trata-se do pior recuo da economia desde a Segundo Guerra Mundial. No front doméstico, a segunda estimativa prévia do índice de preços IGP-M apontou deflação de 0,14% em maio, segundo dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas). No ano, o índice acumula queda de 1,2% e, nos últimos 12 meses, o indicador acumulou alta de 3,58%. Empresas Um dia após o anúncio da fusão das maiores fabricantes de alimentos do país, as ações da Sadia e da Perdigão puxaram o grupo das ações mais valorizados do pregão, considerando os papéis que compõem o índice Ibovespa. A ação preferencial da Sadia disparou 8,56% enquanto a ação ordinária da ex-rival valorizou 8,70%.

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