postado em 25/05/2009 10:49
A crise financeira global reduziu o comércio da América Latina entre 9% e 11%, afirmou a mexicana Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), em entrevista publicada hoje pelo jornal cubano "Granma".
"O [problema] mais forte que a região está vivendo é a queda no comércio. Creio que o choque da redução da demanda para nossos bens, serviços e produtos é nosso tema mais relevante", disse Bárcena.
"Embora estejamos resistindo fortemente, [a região] não é imune a esta crise. (...) A Organização Mundial do Comércio considera que nosso comércio tenha caído 9%, e outras organizações internacionais calculam em 11%", informou.
Segundo a executiva, no âmbito financeiro o efeito da crise na América Latina e no Caribe também tem sido "forte, mas menos complexo, porque a região tinha sistemas financeiros um pouco mais sólidos." Bárcena lembrou que em 2002 a dívida externa da América Latina equivalia a 24% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto que em 2008 havia caído para 8%.
A crise ainda reduziu as receitas de muitos países do continente por causa da queda no turismo e das remessas, sobretudo na América Central e no Caribe, e no caso do México a situação é mais grave por causa da gripe suína, lembrou.
Para a executiva, a economia da região terá uma retração de 0,3% em 2009, o primeiro retrocesso em seis anos. "Cremos inclusive que pode ser um pouco mais baixo, já que a economia mexicana pesa muito e ela está com mais problemas", disse Bárcena, que ainda mostrou preocupação com o desemprego, que pode se elevar em 1 ponto percentual depois de cair de 11% para 7,6% de 2003 para 2008.