Economia

Correios encerram PDV e devem contratar cerca de 5 mil neste ano

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postado em 25/05/2009 12:53
A ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) encerrou na última sexta-feira o seu programa de PDV (Programa de Demissão Voluntária) e deve anunciar ainda neste ano a contratação de outros 5 mil funcionários, "preferencialmente carteiros e atendentes", segundo o presidente Carlos Henrique Custódio. Segundo Custódio, o PDV teve adesão de 5.587 funcionários, boa parte deles aposentados. Se ninguém desistir até a homologação, a base de trabalhadores deve encolher de cerca de 115 mil para pouco mais de 109 mil, a um custo estimado de R$ 360 milhões, que os Correios esperam ter "coberto" até o primeiro semestre de 2010. Os Correios calculam um impacto positivo de R$ 200 milhões na folha de pagamento com a dispensa. Ainda de acordo com o presidente, o departamento de recursos humanos deve preparar para os próximos 60 dias o edital para repor a força de trabalho. "O foco das novas contratações vai ser na nossa atividade fim, que é entrega. Precisamos de mais carteiros. Devemos voltar para os 115 mil. Para contratarmos 8 mil, já vai ser preciso uma autorização especial do Planejamento", afirma, considerando que a média salarial dos novos contratados vai ser mais baixa. "Como a média dos funcionários que aderiram ao PDV era mais alta, os salários eram mais altos também. E desta vez nós vamos contratar carteiros em início de carreira", acrescenta. Os Correios apuraram receita de R$ 11,5 bilhões no ano passado, um crescimento de 12% sobre o resultado de 2007. Somente no primeiro quadrimestre de 2009, a empresa teve receita de R$ 3,8 bilhões, em um acréscimo de 8,4% sobre idêntico período de 2008. Sindicatos O PDV dos Correios encontrou alguma resistência na representação sindical. "Nos posicionamos contrários à medida. Mas como foi discutida com as associações de aposentados, procuramos nos manter neutros. Mas a orientação para quem não estava em condição de se aposentar foi de não entrar no plano de demissão voluntária", disse José Gonçalves, da Fentect, (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares). "Reivindicamos que o pessoal que está saindo sejam reposto para garantir o serviço, se não, a qualidade vai cair, principalmente na entrega das correspondências", acrescentou. Segundo Gonçalves, a reposição é possível mesmo que a empresa tenha o objetivo de reduzir os gastos com funcionários. "Segundo a empresa, como o pessoal aposentado ganha maiores salários, poderá repor os profissionais e ainda ter economia de R$ 300 milhões ao ano", disse ele.

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