postado em 25/05/2009 17:26
A indústria dos medicamentos genéricos espera chegar a 2019 com o dobro de seu tamanho atual, atingindo 35% do mercado farmacêutico total, conforme disse nesta segunda-feira em entrevista coletiva Odnir Finotti, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró-Genéricos). Hoje, os genéricos detêm 18% do mercado, e movimentaram US$ 2 bilhões de março de 2008 a março de 2009.
Para alcançar esse objetivo, a indústria conta com a liberação das patentes de três grandes medicamentos: o Diovan (para o combate à hipertensão) o Liptor (usado no controle do colesterol, é o medicamento mais vendido no mundo), e o Viagra (contra disfunção erétil), que movimentam cerca de R$ 500 milhões, segundo a Pró-Genéricos.
Uma década
Em entrevista coletiva de evento comemorativo dos dez anos do surgimento do mercado de genéricos no país -- estabelecido pela Lei 9.787, de 1999 -- representantes da Pró-Genéricos, do Ministério da Saúde e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) demonstraram que os remédios genéricos são em média 50% mais baratos ao consumidor. Por lei, o percentual de economia deve ser de 35% em relação aos medicamentos de marca, chamados "de referência".
Segundo a Pró-Genéricos, o mercado dos genéricos vem se expandindo a uma média de crescimento de 2% ao ano, e até dezembro de 2008 contava com 2.609 registros, em 14.376 versões (de diferentes fabricantes). De acordo com dados apresentados na reunião, o mercado dos genéricos cresceu três vezes mais do que o mercado farmacêutico total nos últimos seis anos.
Maioria é de genéricos
Além disso, de cada dez medicamentos receitados no país, oito são genéricos. Apenas Rivotril e Lexotan são remédios de marca na lista. Ainda assim, a Pró-Genéricos e o Ministério da Saúde defendem que há espaço para crescimento do mercado de genéricos, pois ele tem pouca participação nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil.
Para Odnir Finotti, presidente da Pró-Genéricos, a carga tributária que recai sobre os genéricos ainda é muito alta, representando cerca de 37,5% do preço final dos remédios. Ele sugere a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para uma alíquota de 12%, a exemplo do que acontece no Estado do Paraná, para que mais pessoas tenham acesso ao mercado de genéricos.
Para Reinaldo Guimarães, secretário de Ciências, Tecnologia e Insumos do Ministério da Saúde, a ampliação do acesso a remédios para as classes mais carentes está sendo feita por meio do programa Farmácia Popular, que subsidia até 90% do preço de medicamentos considerados essenciais.